Quando a injustiça se torna lei, a resistência torna-se um dever! I write the verse and I find the rhyme I listen to the rhythm but the heartbeat`s mine. Por trás de uma grande fortuna está um grande crime-Honoré de Balzac. Este blog é a continuação de www.franciscotrindade.com que foi criado em 11/2000.35000 posts em 10 anos. Contacto: franciscotrindade4@gmail.com ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS
sexta-feira, julho 31, 2009
O Negro e o Vermelho
Gustave Courbert - É um pintor francês chefe de fila da corrente realista. Empenhado nos movimentos políticos do seu tempo, amigo pessoal de Proudhon, foi um dos eleitos da Comuna de Paris de 1871.
O QUE É ANARQUISMO?
KO por um aparelho de ginásio
Knockout By Exercise Machine - Watch more Funny Videos
Jerboa Pigmeu
Não, não, não sou a única...
Ao dar uma última vista de olhos na “Visão” da semana passada, antes de a reciclar, tropecei pela segunda vez na estória da jovem portuguesa, Alexandra Barrulas, a qual, segundo a revista, quando era criança queria ser neurocirurgiã, mais tarde veterinária ou bióloga, praticou ténis e artes marciais, toca piano, até há pouco tempo trabalhava no marketing de uma grande empresa de electrodomésticos... mas que afinal, acabou por ser a primeira praticante de Wrestling portuguesa, essa aldrabice americana que é uma espécie de imitação de luta livre.
Desta segunda vez a notícia também não me interessou nada, só que reparei na “legenda” que a “Visão” pespegou na fotografia da moça:
A única portuguesa que...
...ganha dinheiro para provocar o público, ser arrogante e fazer acrobacias num ringue
A única?! É absolutamente lamentável! Quero dizer, é absolutamente lamentável que jornalistas profissionais tenham varado estes últimos tempos sem nunca darem pela existência dessa outra grande portuguesa que vive de provocar o público, ser arrogante e fazer acrobacias, a sinistra ministra da educação, Doutora Maria de Lurdes Rodrigues! Lamentável!
http://samuel-cantigueiro.blogspot.com/
Refugiados e deslocados
http://www.jornalmudardevida.net/?p=1674
Manifesto da Mulher Futurista
Após três relações falhadas e uma dedicação total à escrita, refugia-se em Espanha, partindo posteriormente para os Estados Unidos. Já em Marrocos, converte-se ao Islamismo. Instala-se no Cairo, onde virá a falecer só e miseravelmente. Em 1947, um jornalista anónimo anunciava prematuramente a morte de Valentine. Fê-lo nestes termos: «Percorrendo o simples trajecto da sua vida sentimental, é muito pouco dizer-se que Valentine de Saint-Point foi uma mulher independente. (…) Numa altura em que as mulheres podiam quando muito aspirar à categoria de poetisas (de Louise Labé a Anna de Noailles, digamos, para resumir alguns séculos de história), Valentine não hesita em praticar todos os géneros literários (poesia, romance, crítica) e até em invadir o domínio artístico: teatro, pintura e gravura (expõe nomeadamente no Salão dos Independentes), e sobretudo a dança (…). Os seus maiores inimigos, embora nem sempre directamente nomeados – mas haveria necessidade? –, são a moral (ou a hipocrisia) burguesa e a moral cristã» (pp. 19-22).
Desenterrado pela musculatura sempre atenta da &etc, o Manifesto da Mulher Futurista (Abril de 2009) volta a aparecer, agora acompanhado de uma introdução de Fernando Cabral Martins e vários outros textos de interesse inquestionável, dos quais se destacam o Manifesto Futurista da Luxúria e alguns breves ensaios sobre as intenções da autora no domínio das artes performativas. Interroga-se o introdutor sobre como ler, hoje, estes textos. Mais dados ao amorfismo do que à virilidade, talvez os possíveis leitores deste pequeno grande livro venham a manifestar aquela ambivalência que caracteriza os actuais amantes de uma literatura erigida à margem das convenções. Refiro-me a um certo deslumbramento que experimenta todo aquele que tem a felicidade de encontrar no texto a força que não procura, ou da qual de desvia, em vida. No fundo, a hipocrisia que outrora se pretendia atingida não dista muito da mesma hipocrisia que hoje acaba ferida nos seus recalcamentos mais dolorosos. Educados para a servidão, muito poucos serão aqueles que estão dispostos a hipotecar o seu bem-estar (material e moral) em nome de uma liberdade, de uma autonomia, de uma independência das quais podemos esperar pouco mais do que o desconforto da solidão.
O primeiro parágrafo do Manifesto da Mulher Futurista é bastante claro: «A Humanidade é medíocre. A maioria das mulheres não é nem superior nem inferior à maioria dos homens. Ambos são iguais. Ambos merecem o mesmo desprezo» (p. 27). Alimentemos a esperança de, no final, escaparmos à mediocridade da maioria podendo as nossas acções certificar-nos a superioridade moral dessa minoria que ainda julgamos existir por, aqui e acolá, irmos encontrando focos de resistência que nos levam a tal. Nenhum manifesto escapa, obviamente, a contradições inerentes a toda e qualquer tomada de posição. Tomar posição, optar, é antes de mais assumir uma certa convergência na contradição, a qual não deve ser levada à letra de incoerência. Incoerente é o hipócrita, contraditório é o humano, demasiado humano. Super-homens são tão raros em morte quanto impossíveis em vida.
Os manifestos de Valentine, pretendendo libertar um género específico de amarras historicamente determinadas por modelos civilizacionais sempre erigidos sob a égide de uma suposta palavra divina, não se livram das suas próprias imposições. Impõem uma renovação que transcenda estereótipos políticos – «O Feminismo é um erro político. O Feminismo é um erro cerebral da mulher, erro que o seu instinto reconhecerá» (p. 31) –, impõem uma voz cruel, violenta, viril contra o Sentimentalismo, impõem a energia do Desejo contra os «sinistros trapos românticos»: «A luxúria é uma força porque, finalmente, jamais conduz à sensaboria do definitivo e à segurança que dá o apaziguador sentimentalismo» (p. 40). No fundo, desenterrar estes textos é mais um gesto de luta contra a hipocrisia que ainda hoje refreia quem por confessa ingenuidade tenderíamos a julgar mais livres e menos superficiais. Faz-se a história da humanidade também de excepções, ostracizadas e deixadas na penumbra até que alguém volte a torná-las apaixonadamente vivas, «pois haverá sempre espíritos insubmissos que preferirão às belas estradas os caminhos pitorescos e incertos» (pp. 56-57).
http://rascunho.iol.pt/critica.php?id=1560
quinta-feira, julho 30, 2009
O Negro e o Vermelho
Vamos lá então:
Os identitários (aquilo que noutros tempos se chamavam os anarquistas) rendem homenagem a Proudhon em 30 de Maio de 2009
Em 1998 também lá estive...(foto minha)
Algumas citações sigificativas de Proudhon
A política é a ciência da liberdade
Actuar é combater
O homem pode amar o seu semelhante até ao ponto de morrer por ele; mas não o ama tanto que trabalhe em seu favor
A vida do homem divide-se em cinco períodos: infância, adolescência, mocidade, virilidade e velhice. No primeiro período o homem ama a mulher como mãe; no segundo, como irmã; no terceiro, como amante; no quarto, como esposa; no quinto, como filha
Os jornais são os cemitérios das ideias
Pereça a pátria e salve-se a humanidade
Os grandes só nos parecem grandes porque estamos de joelhos. Levantemo-nos
Um povo que julga garantir a liberdade exilando sucessivamente os cidadãos mais idóneos e que melhor o serviram, prova por isto só que é indigno da liberdade
Sumprimamos as tarifas, e assim será declarada a aliança dos povos, reconhecida a sua solidariedade e proclamada a sua igualdade.
Aquele que botar as mão sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo.
Ser governado significa ser observado, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, cercado, doutrinado, admoestado, controlado, avaliado, censurado, comandado; e por criaturas que para isso não tem o direito, nem a sabedoria, nem a virtude... Ser governado significa que todo movimento, operação ou transação que realizamos é anotada, registrada, catalogado em censos, taxada, selada, avaliada monetariamente, patenteada, licenciada, autorizada, recomendada ou desaconselhada, frustrada, reformada, endireitada, corrigida. Submeter-se ao governo significa consentir em ser tributado, treinado, redimido, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; tudo isso em nome da utilidade pública e do bem comum. Então, ao primeiro sinal de resistência, à primeira palavra de protesto, somos reprimidos, multados, desprezados, humilhados, perseguidos, empurrados, espancados, garroteados, aprisionados, fuzilados, metralhados, julgados, sentenciados, deportados, sacrificados, vendidos, traídos e, para completar, ridicularizados, escarnecidos, ultrajados e desonrados. Isso é o governo, essa é a sua justiça e sua moralidade! ... Oh personalidade humana! Como pudeste te curvar à tamanha sujeição durante sessenta séculos?
Ironia, verdadeira liberdade! És tu que me livras da ambição do poder, da escravidão dos partidos, da veneração da rotina, do pedantismo das ciências, da admiração das grandes personagens, das mistificações da política, do fanatismo dos reformadores, da superstição deste grande Universo, e da adoração de mim mesmo
Skate de muletas!
Este rapaz de 16 anos chamado Daniel Pelletier é paralítico da cintura para baixo, mas não é isso que o impede de fazer grandes truques com o skate. Aqui fica um exemplo.
Olha aí o carro!
Assim se treinam os guarda-redes no reino do Bahrein, estado insular do Golfo Pérsico.Se faz mossa pagas!
Hole-in-One
Espectacular hole-in-one de Leif Olson, com muita sorte à mistura, fazendo tabelinha na bola de um adversário. Adversário este que não deve ter achado lá muita piada.
Homens que lavam a loiça têm melhor vida sexual
“Em geral, quanto mais tarefas domésticas os homens fizerem, mais felizes estarão as mulheres”, explicou à AFP Scott Coltrane, sociólogo da Universidade de Riverside, na California (EUA). Citado pelo espanhol El Periodista Digital, Coltrane acrescentou que os terapeutas já reconhecem uma correlação directa entre o trabalho que os homens fazem em casa e a frequência das relações sexuais, apesar de os sociólogos, por norma, ainda não levarem em conta este dado.
Joshua Coleman, psicólogo do Council of Contemporary Families (Conselho das Famílas Contemporâneas), comentou o estudo no site da organização americana e sublinhou que “as mulheres dizem sentir mais atracção sexual e afecto pelos maridos se estes participarem nas tarefas do lar”. No sentido oposto, advertiu que passar demasiado tempo com os filhos pode prejudicar a intimidade do casal e diminuir consideravelmente o número dos momentos românticos.
Comentário: Finalmente percebi com esta notícia porque é que a minha vida sexual é óptima...É que me farto de lavar louça! De manhã, ao almoço, à tarde, ao jantar, até mesmo à ceia... é um fartote ao lavar pilhas e pilhas de pratos, de tachos, de copos, sem esquecer os talheres...
O grande objectivo que estes estudos pseudos científicos é de descredibilizar a ciência e isso é inadmissível porque é grave e preocupante...
Cegos, surdos, mudos
Desde há uma semana que todos os telejornais abrem com notícias sobre os 6 doentes que tiveram a infelicidade de serem intervencionados, naquele dia.
Primeiro, a culpa era da droga injectada nos olhos dos doentes, que é fabricada pela Roche e que não seria a indicada, porque o Infarmed já tinha sido avisado pelo próprio laboratório produtor, e que outros centros oftalmológicos não a usavam, sabe-se lá se os médicos não a teriam usado para beneficiar a Roche e, assim, conseguir um lugar num maravilhoso cruzeiro no Mar Morto, para duas pessoas, com estadia e pequeno-almoço e a possibilidade de assistir a um congresso sobre cegueiras iatrogénicas.
Depois, a culpa era da farmácia hospitalar, bem que o Sr. Cordeiro da ANF avisou, que as farmácias hospitalares, ao ficarem fora do controlo da Associação Nacional das Farmácias iriam começar a fazer porcaria e estava-se mesmo a ver que a farmácia do Hospital de Santa Maria não percebia patavina daquilo e tinha preparado mal as seringas e o Sr. Cordeiro é que sabe porque, em terra de cegos, quem tem um olho, é rei.
Mas, afinal, a culpa poderá ter sido de uma contaminação. O Avastin não faz mal nenhum, a farmácia é uma gaja porreira, só que anda para aí um maluco à solta, que decidiu misturar o medicamento com um produto tóxico qualquer, só para cegar aqueles 6 desgraçados.
Já temos a Maria José Morgado em campo, a investigar.
O problema é que ainda vamos descobrir que, afinal, tudo foi obra de extra-terrestres, que andam a fazer experiências em nós, e só não vê quem não quer, porque o pior cego é o que não quer ver, e eles querem ver se somos resistentes ou quê, para depois nos darem injecções nos olhos, para ficarmos todos ceguinhos e eles nos poderem colonizar à vontade.
Cega não estará, mas surda tem estado a Joana Amaral Dias, com a malta toda a ligar-lhe e ela sem ouvir o telemóvel.
Toda a gente quer saber quem está a mentir: o Sócrates ou o Louçã?
O Louçã diz que o Sócrates convidou a Joana para as listas do PS, por Coimbra ou, no caso de não querer, outro lugar em qualquer organismo do Estado, porteira no Museu dos Coches, guarda nas latrinas da estação do Rossio ou mesmo Directora-Geral dos Directores-Gerais.
Sócrates, por seu lado, diz que não vê a Joana há meses (outro ceguinho…).
E os jornalistas, preocupados com tão importante assunto, vá de ligar para o telemóvel da moça e ela, surda que nem uma porta, não o ouve e não atende.
Cegos e surdos poderemos não estar, mas mudos ficamos nós com este país tão pequenino, com uma política que tropeça no diz-que-disse, que parece uma capelista de bairro e se resume a uma paróquia pequenina, com cheiro a naftalina.
http://www.coiso.net/
Os dinheiros do clima
http://mitos-climaticos.blogspot.com
A fé mata
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A Educação está muito cara
1º Trabalham na educação os profissionais mais altamente qualificados do país e os resultados não só no Português (Língua Portuguesa), mas também na Matemática e nas ciências de uma maneira geral (Físico-química, Biologia, etc.) continuam muito fracos. E porquê? Se os professores são dos profissionais com as mais elevadas habilitações literárias (muitos licenciados, outros mestrados e até doutorados mesmo nas áreas científicas que leccionam), não se percebe por que razão a generalidade dos alunos portugueses não aprende, quando os filhos dos imigrantes de Leste e outros são, genericamente, dos melhores alunos, mesmo em Língua Portuguesa! Será por razões económicas ou devido à pobreza que grande parte dos alunos portugueses não aprende?! Se fosse esta a causa, certamente os filhos dos imigrantes – porque têm grandes dificuldades pois seus pais trabalham, muitas vezes, em profissões mal remuneradas que os nacionais recusaram – seriam certamente maus alunos. E isso, geralmente, não se verifica. Então o problema está noutro lado.
2º A educação está muito cara e tem-se tornado num desperdício porque a sociedade e a política portuguesas não têm valorizado quem tem cultura, quem, de facto, está mais habilitado e tem mais saber: todos sabemos que o “sucesso” na política e na sociedade não anda associado a altas habilitações, mas a certos negócios e ao carreirismo nos aparelhos partidários dos partidos do poder que, misturado com a providencial cunha, dá uma mistura perigosa a qual tem contribuído, drasticamente, para o nosso permanente atraso, enquanto os mais habilitados, deixados à sua sorte, ficam em posição de subordinação e nada podem fazer para além do protesto ou, então, porque já não têm paciência para aturar esta situação, emigram para outras paragens onde o seu saber e capacidades são vastamente reconhecidos e recompensados. Estrangeiros, em sua pátria, emigram interiormente ou externamente!
3º A desvalorização da cultura e do saber e a atenção social e mediática sobre a mediocridade e o “sucesso” fácil e/ou de lucros imediatos, mas sem, na maior parte das vezes, qualquer mérito reconhecido, provocam desmotivação aos nossos jovens: quem tem cultura e saber vive mal ou muito abaixo daqueles que subiram por outras vias. Portanto, qual o interesse de estudar?! Não conhecemos licenciados, mestres e doutores desempregados e em grande dificuldade?! Em contrapartida, fulano de tal, que nunca fez nada na vida, vive bem e tem sucesso garantido e gosta de que lhe chamem “doutor” ou “engenheiro”, apesar de nunca ter estudado e de ter “feito” o curso muito rapidamente, primeiro na Jota e, depois, numa universidade do partido ou do Brasil ou dos EUA. E, com alunos que não querem aprender, porque esta via não lhes é apresentada como a do sucesso, bem pelo contrário, é muito difícil, ou mesmo impossível, ensinar seja o que for.
4º O materialismo da nossa sociedade consumista desvalorizou o imaterial, o invisível, o não ostentatório, como o saber e a cultura, ao mesmo tempo que valorizou o visível e material, os bens de consumo e o dinheiro e, consequentemente, a escola passou a ser vista, por uma boa parte das crianças e adolescentes, como uma “seca” porque exige atenção, concentração, motivação e esforço para o saber, para as fórmulas matemáticas ou físicas, para os discursos literários ou filosóficos, para o pensamento e reflexão, e isso é uma maçada porque é muito mais fácil digitar no teclado do portátil, do Magalhães, do telemóvel e ver no Google a informação já
“pronta a servir”, prête à porter ou take away, mas sem a interpretar, conhecer ou saber… Daí o desinteresse pelo saber, a desmotivação e, em parte, a indisciplina.
Ao contrário do que alguns bem-pensantes da direita ou da esquerda, completamente alheios da realidade do ensino, defendem, o insucesso escolar e a indisciplina não se devem à pobreza, mas, ao contrário, ao excesso de bens, ao facilitismo e ao acesso fácil dos bens de consumo e até da “informação” sem uma educação e preparação séria dos pais e da população portuguesa que, na sua generalidade, não estava nem está, de modo algum, preparada para a sociedade consumista a qual nos era – ainda há bem pouco tempo, não mais que três décadas – totalmente desconhecida: vivíamos do que a terra e o mar davam e dos produtos comprados na feira ou no mercado e nas lojas dos centros urbanos! Não havia tanta oferta de produtos nem em quantidade, nem em diversidade… O progresso material não foi, devidamente, acompanhado do progresso cultural, moral e cívico…
5º A política educativa, centrando-se apenas no professor e descorando todos os outros agentes e factores, continuando, até ao limite do absurdo, o «eduquês», não nos conduz a parte nenhuma: vejam-se os resultados dos alunos nos exames e, sobretudo, os resultados do PISA que ainda estão para sair! Qual tem sido a solução? Em vez de se analisar e avaliar correctamente as causas, esconde-se o problema iludindo-o: promove-se o facilitismo, aligeira-se a exigência, simplificam-se os programas, desvalorizam-se os exames, tudo para combater os números negros do insucesso e, assim, os alunos vão transitando de modo que muitos chegam à Universidade quase analfabetos funcionais, limitando-se ao Google e ao copy & paste para fazer os “seus” trabalhos! Não basta saber fazer “umas coisas”, ser um mero executor de tarefas acéfalo, é preciso saber… e saber estar e saber ser. E isto tem sido desvalorizado! Logo, tanto investimento e dinheiro deitados ao lixo: em papel, em recursos humanos, em «formações», em vencimentos, em leis, decretos-lei, decretos-regulamentares, despachos, circulares, etc. A educação, assim, está demasiado cara, é um desperdício!
6º Se existisse uma correcta e séria política educativa que alterasse todo este estado de coisas, a educação seria o melhor investimento de futuro do país. Um povo educado e culto sabe como consumir; valoriza a cultura, a arte e o património cultural e ambiental; preserva a natureza e despreza o ilusório e ostentatório; exige competência dos seus superiores profissionais, orgânicos, sociais e políticos; não elege qualquer um ou qualquer vendedor de ilusões para assumir cargos de direcção pública… Não se verga a directivas absurdas, nem se compraz com a corrupção (re)elegendo corruptos! Exerce a sua cidadania de corpo e alma não esperando que outros resolvam os problemas por si. Até apetece perguntar: a quem interessa a teimosia na manutenção deste estado de coisas… na educação? Salazar já sabia que um povo inculto era mais fácil de domar, governar!
Zeferino Lopes, Professor de Filosofia na Esc. Sec. de Penafiel,
em 29 de Julho de 2009.
quarta-feira, julho 29, 2009
Tráfego aéreo durante 24h
Esta é uma simulação espectacular do tráfego aéreo mundial durante 24 horas. São 50 mil, em média, os voos comerciais por dia. Por aqui dá para ter uma noção de quão seguro é viajar de avião.
Lugar não elegível assusta deputado
Tudo aconteceu no passado dia 8, quando estavam a ser delineadas as listas para o Parlamento. O CM sabe que Mota reagiu mal à possibilidade de ocupar o 12º lugar do PS em Braga – em situação não elegível nas últimas Legislativas – e acabou no hospital em circunstâncias por explicar, mas num quadro clínico grave.
O deputado foi transportado pelo INEM para a Urgência, onde deu entrada às 06h44. Após vários exames e análises sanguíneas, Mota teve alta às 18h33. O socialista foi encaminhado para consultas regulares no Hospital Curry Cabral. Depois deste incidente, Mota subiu dois lugares na lista do PS e ocupa agora o 10º lugar, à partida elegível. Apesar das tentativas, foi impossível falar com Manuel Mota.
PERFIL
Manuel Mota tem 37 anos e licenciou-se em Relações Internacionais na Universidade de Letras do Porto. Nasceu em Barcelos e cedo ingressou na JS. Professor e empresário de profissão, é deputado da Assembleia Municipal de Barcelos. Em 2005 foi eleito por Braga para a Assembleia da República.
Comentário: Se esse gajo é professor metam-no a dar aulas que é o que merece...
Grande calor!
Notas sobre o Jubileu: Resolver a crise financeira com cancelamento de dívida
O primeiro sinal disto foi uma corrida ao Northern Rock Bank. Este banco experimentou um crescimento rápido ao embarcar na versão britânica dos empréstimos subprime — oferecendo hipotecas superiores a 100% dos preços da propriedade. Uma vez que os fundos dos seus milhões de pequenos depositantes eram insuficientes para financiar esta expansão, ele tornou-se dependente do mercado do dinheiro por atacado — tomando emprestado essencialmente de outros bancos ou de grandes companhias industriais.
A reserva fracionária da banca desde os seus primórdios sempre dependeu de os bancos terem um grande número de depositantes. Devido à lei dos grandes números, a quantia que estes clientes desejassem retirar numa única semana será quase estável. Um banco pode estimar isto de forma razoavelmente precisa e precisa manter apenas uma pequena reserva de cash. Mas o Northern Rock estava a obter apenas cerca de um terço do seu dinheiro dos seus milhões de depositantes. Os outros dois terços vinham apenas de uma dúzia de grandes prestamistas. Isto era algo muito mais arriscado. A lei dos grandes números já não se aplicava mais. Bastou que apenas um punhado destes grandes prestamistas retirassem o seu cash para o Northern Rock tornar-se insolvente.
Quando rumores disto difundiram-se, os pequenos depositantes fugiram. Formaram-se filas em cada agência quando clientes clamavam pela retirada do seu dinheiro.
A princípio o governo britânico disse que não havia necessidade de pânico pois o esquema de garantia de depósito existente garantia todos os depósitos até £30.000 [€34.561]. A seguir eles mudaram o seu tom e disseram que o governo nacionalizaria o Northern Rock e garantiria todos os depósitos, por maior que fossem.
Isto estabeleceu um precedente crítico. Ao invés de permitir que os grandes bancos falissem, o Estado os salvaria. Esta política veio a ser geralmente adoptada no Reino Unido e nos EUA quando mais e mais instituições mostraram sofrer da mesma fraqueza fundamental do Northern Rock.
Os governos exprimiram alívio pelo facto de a sua acção ter impedido a espécie de colapso em cascata que se verificou em 1929, mas o custo foi um crescimento da dívida pública sem precedentes desde as Guerras Mundiais. Os contribuintes estão a acabar por ter de pagar os milhares de milhões embolsados pelos banqueiros. Isto levanta a pergunta: havia qualquer outra política factível disponível?
Havia uma alternativa política, mas as suas implicações fizeram os governos recuarem.
Os bancos insolventes podiam simplesmente ter sido permitido que falissem. O esquema de garantia de depósito que operava no Reino Unido garantindo até £30,000 por depositante era generoso, políticas semelhantes aplicavam-se ou podiam ter sido aplicadas em outros lados. Trinta mil libras equivalem a cerca de 18 meses de salários médios. Apenas uma pequeníssima minoria de depositantes podia permitir-se manter mais do que isto no banco. Assim, a grande maioria do povo nada teria a perder. Não teria havido qualquer necessidade de pânico geral.
Mas alguns credores teriam perdido em grande forma. Embora a maior parte dos clientes tivesse apenas quantias modestas depositadas, umas poucas pessoas e instituições muito ricas tinham dezenas de milhões depositados. Para eles, a garantias de depósito eram praticamente sem valor. Eles não teriam ficado arruinados. Possuem carteiras diversificadas, não apenas cash. Mas ainda assim teriam enfrentado perdas enormes. Os perdedores primários teriam sido outros bancos, aqueles que tinham dinheiro pendente devido a empréstimos a bancos insolventes. Teríamos assistido a uma cascata de insolvências ainda maior do que realmente veio a público. Mas, por si próprias, estas insolvências não destruiriam qualquer riqueza real.
A riqueza real, na forma de mercadorias, edifícios e equipamento, permanece intacta em meio a um colapso financeiro.
O que teria sido destruído seria algumas reivindicações (claims) sobre aquela riqueza por parte dos ricos. O milhão de milhões (trillion) de dólares de salvamento publico foi feito para proteger aquelas reivindicações. Se todos dos depósitos bancários acima do limite de garantia se desvanecessem, o sistema plutocrático de classe estaria ameaçado. Para que dinheiro?
Adam Smith, o fundador da teoria económica, disse que o dinheiro era "o poder de comandar o trabalho de outros". Na moderna plutocracia, milhões na sua conta desempenham o mesmo papel de um título de nobreza sob o velho feudalismo. Os títulos dos modernos grandes duques, como Buffet e Gates, estão no disco rígido de um banco ao invés de pergaminhos, mas eles, tal como os seus antecessores aristocráticos, comandam as vidas e o trabalho de centenas de milhares.
A maior parte do povo olharia com indiferença ou satisfação se aquela classe perdesse alguns dos seus títulos e grandeza.
O único perigo para a economia real aconteceria se pagamentos não pudessem ser honrados e o crédito operacional não pudesse ser fornecido à indústria. Se todos os bancos fechassem, cartões de crédito e compras através de cheque tornar-se-iam impossíveis. Assim os bancos falidos teriam de ser colocados sob administração para assegurar que transacções comerciais ordinárias pudessem continuar. Mas como assegurar que crédito operacional ainda estaria ali para a indústria?
O sistema de crédito tornou-se amplamente super-expandido. O rácio do dinheiro bancário virtual para com o dinheiro real tornou-se insustentável. Ou o Estado tem recorrer à máquina de impressão para criar mais $ e £, ou o dinheiro virtual tem de ser cancelado. A alternativa para a facilidade quantitativa (quantitative easing) era o Jubileu — o esquecimento geral de todas as dívidas. Um Jubileu moderno teria declarado legalmente inválidas todas as dívidas incorridas antes do Dia Zero, com a excepção de modestos depósitos bancários garantidos. Aqueles que mourejam para cumprir dívidas de hipotecas e cartões de crédito teriam sido libertados. O contribuinte teria sido libertado do fardo esmagador da dívida nacional e, surpreendentemente, os bancos teriam sido tornados super-solventes. Os seus passivos ter-se-iam contraído em relação às suas reservas de cash. Subitamente, as suas capacidades para conceder empréstimos teriam melhorado.
Tais medidas não são em si próprias socialistas. A indústria teria permanecido na posse de privado. Mas isto teria atingido a aristocracia do dinheiro do modo como a Revolução Francesa atingiu a aristocracia da terra. É por esta razão que apenas governos com inclinações socialistas começaram deliberadamente a cancelar dívidas. Os social-democratas russos fizeram isto após 1917, e pouco tempo mais tarde, embora inadvertidamente, os social-democratas alemães alcançaram um efeito semelhante através da hiper-inflação. Hoje, os governos do Reino Unido e dos EUA desviaram-se para rumo ao caminho alemão da década de 1920: imprimir dinheiro para pagar guerras actuais ou passadas. O Jubileu é o rumo mais honesto e progressista.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
Geithner e os seus cinco amigos
O plano de resgate bancário da administração de Obama, delineado pelo seu secretário do Tesouro, Timothy Geithner, é um indício do que aí vem. É opaco, enviesado e custará às finanças mais de um bilião de dólares. Em definitivo, beneficia os que provocaram a crise.
O Plano Geithner tem duas componentes. A primeira está orientada para a compra de carteira vencida e incobrável que faz parte dos activos dos bancos. Em princípio, este programa está aberto a todo o tipo de participantes no mercado. Mas ainda que este problema de carteira sucata seja um obstáculo para o bom funcionamento dos bancos, a dificuldade mais séria está noutro lado.
A segunda componente do plano é para retirar aos estados financeiros dos bancos todo o pesado ónus de derivados tóxicos que estão por trás desta crise. Esses derivados (títulos apoiados por hipotecas, swaps de dívida incobrável, etc.) são os activos tóxicos de que tanto se fala. O seu valor é mais incerto que o da carteira vencida. Ramificam-se por todo o sistema bancário e financeiro dos Estados Unidos (e do mundo) e estabelecem conexões entre bancos e o sistema financeiro não bancário. Isso faz com que a segunda componente seja tão vulnerável à colusão (talvez para isso tenha sido projectada).
Todo o texto aqui
terça-feira, julho 28, 2009
Anabela de Malhadas
O locutor tenta frustradamente explicar à ouvinte que tem de ser um peso entre 4 quilos e 500 gramas e 4 quilos seiscentos e cinquenta, mas esta não lhe dá ouvidos e continua a debitar valores mais pequenos...
A Anabela vota!...
Pequena Joana 'empurrada' entre família biológica e família adoptiva
A família socialista e a família bloquista continuam a não se entender quanto à tutela da pequena Joana Amaral Dias. Nos últimos dias, o pai adoptivo, José Sócrates, e o pai biológico, Francisco Louçã, discutiram na praça pública o futuro da ex-deputada, mas nenhum dos dois quis assumir qualquer responsabilidade. Desta forma, continua por decidir a regulação do poder eleitoral de Joana.
Às acusações do líder do Bloco de Esquerda de que teria prometido «chupa-chupas e chocolates à Joana se ela quisesse ficar com a família do PS», o primeiro-ministro respondeu com alegações de abandono e maus-tratos: «O Louçã abandonou e desprezou a Joana e agora anda a ver se consegue livrar-se dela de vez, arranjando-lhe uma família adoptiva. Mas nós fomos apenas uma família de acolhimento, e o pai do coração até é o Mário Soares, não sou eu», afirmou Sócrates, em exclusivo para o Jornal do Fundinho.
Pequena Joana entre dois pais [foto E. Calhau]
Joana Amaral Dias encontra-se actualmente institucionalizada, numa estância de férias em Málaga, na Espanha, garantindo os empregados da piscina que se tem mantido «em profundo silêncio e muitíssimo triste», enquanto se desloca de festa para festa. Uma decisão quanto à sua família política poderá, no entanto, estar para breve, podendo até surgir um entendimento entre PS e Bloco de Esquerda. «Isto este ano com tantas eleições fica complicado, e a verdade é que precisamos de meter uma tipa qualquer de três em três lugares», confirma José Sócrates.
O caso Joana Amaral Dias foi despoletado por um alegado interesse dos socialistas em obterem a guarda dos seus votos, depois de os seus progenitores bloquistas supostamente não lhe terem perdoado uma temporada passada com a família adoptiva. A polémica levou a que ambas as famílias rejeitem actualmente assumir a paternidade política da pequena Joana, mas o episódio tem também vindo a colocar em questão parte do edifício da democracia portuguesa, nomeadamente as leis do interesse e do compadrio partidário. No entanto, e para não chatear muito, todos os partidos vão assobiar para o lado e fazer de conta que não se passa nada, até porque os votos continuarão a cair nas urnas.
http://jornaldofundinho.blogspot.com/
PAÍS RICO
A questão é que parece existir mais preocupação em salvaguardar os interesses de alguma indústria farmacêutica e das suas relações com os médicos.
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As Viagens do Sr. Silva - Austria
Com tudo isto quase deixava passar a visita do Sr. Silva e a sua Maria a Viena e dedicar-lhe aqui uma dança. Como sempre acabo por me sentir um pouco envergonhado com a imagem do país nestas visitas e nunca descarto a possibilidade de virmos a saber que "passou pelas brazas" e deu uns "roncos" durante um qualquer concerto. Da Maria, se ninguém lhe passar um pano-de-pó ou uma vassoura para as mãos já não é mau.
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Sócrates e a blogosfeira
Enfim, não era sobre música ligeira que vos queria falar, era justamente sobre o comentário do primeiro-ministro que assim subliminarmente procura mostrar que não lê blogues. Reparem que alguém lhe diz que os blogues dizem mal dele, mas não é ele que os lê – o que configura um pormenor desagradável quando se está à beira de entrar para uma conferência com blogues. É a mesma coisa que abrir uma conferência com pescadores com um então disseram-me que os senhores capturam peixe, não é assim?.
Seja como for, não acredito que Sócrates não leia blogues. Talvez a dra. Ferreira Leite não leia – a líder do PSD é mais de ter uma assinatura do jornal da sua comarca, que recebe trimestralmente em Lisboa – mas Sócrates tem feito os upgrades.
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Quatro notas, é quanto basta!
Este grupo de 3 humoristas, intitulado de “Axis of Awesome”, tocaram algumas dezenas de músicas pop apenas com 4 meras notas músicais. É de facto interessante de se ver, não só pelo excelente resultado músical mas também pelo seu bom humor britânico.
É claro que não fariam o mesmo com a música do Zappa!...
Quando os males vêm por bem...
Se não for pedir muito, espero que quando (ou se) o vírus da gripe me apanhar, isso me dê jeito para alguma coisa. Pelo menos tanto como deu à Dona Manuela Ferreira Leite.
Não é por nada... mas eu também detesto aturar bêbados, além de que para me rir com anedotas fascistas, tenho em casa os DVDs da série “Allo! Allo!”, na qual os comediantes fazem rir porque querem fazer rir... e são inteligentes, o que faz toda a diferença.
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O golpe e a base aérea americana nas Honduras
Durante muitos anos, antecedendo o golpe, as autoridades hondurenhas discutiam a possibilidade de converter Palmerola numa instalação civil. Afirmavam que Toncontín, o aeroporto internacional de Tegucigalpa, era pequeno demais e incapaz de lidar com os grandes aviões comerciais. Com estruturas que datam de 1948, Toncontín tem uma pista demasiado curta e equipamento de navegação primitivo. Está ainda rodeado por colinas, o que o torna um dos mais perigosos aeroportos internacionais existentes.
Por contraste, Palmerola tem a melhor pista no país, com 2700 m de comprimento e 50 m de largura. O aeroporto foi construído mais recentemente, em meados dos anos 80, com um custo declarado de US$30 milhões e foi usado para abastecer os Contras na guerra por procuração promovida pelos EUA contra os Sandinistas na Nicarágua ou ainda para conduzir operações de contra-insurreição em El Salvador. No pico da guerra dos Contra, os EUA tinham mais de 5000 soldados em Palmerola. Conhecida como "o porta-aviões inafundável" dos Contra, esta base albergava Boinas Verdes assim como operacionais da CIA que trabalhavam como consultores e conselheiros dos rebeldes da Nicarágua.
Mais recentemente têm estado cerca de 500-600 militares estado-unidenses nesta base, que também serve como base da força aérea hondurenha, assim como centro de treino para aviadores. Com a saída das bases estado-unidenses do Panamá em 1999, Palmerola tornou-se uma das mais utilizadas bases aéreas disponível para os EUA em solo latino-americano. A base localiza-se a aproximadamente 48 km para Norte da capital, Tegucigalpa.
Em 2006 parecia que Zelaya e a administração Bush estavam a aproximar-se de um acordo quanto ao futuro estatuto de Palmerola. Em Junho desse ano Zelaya foi a Washington para se encontrar com Bush e o hondurenho pediu que Palmerola fosse convertida num aeroporto comercial. Supostamente Bush terá dito que a ideia era "perfeitamente razoável" e Zelaya declarou que uma auto-estrada de quatro pistas seria construída de Tegucigalpa a Palmerola com fundos provenientes dos EUA.
Em troca do apoio da Casa Branca com as instalações de Palmerola, Zelaya ofereceu aos EUA acesso a uma nova base militar que se localizaria na área de Mosquitia, na fronteira das Honduras com a Nicarágua. Mosquitia supostamente serve como corredor para passagem de drogas do Sul para Norte. Os cartéis passam por Mosquitia com o seu produto, vindos da Colômbia, Peru e Bolívia.
Uma área remota, apenas acessível por ar, mar e pelo rio Mosquitia, está rodeada por pântanos e selva. A região é ideal para os EUA porque pode albergar grande número de tropas em relativa obscuridade. A localização costeira adequava-se perfeitamente à cobertura naval e aérea, consistente com a estratégia declarada pelos EUA no combate ao crime organizado, tráfico de droga e terrorismo. O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Hondurenhas, Romeo Vásquez, ressaltou que as forças armadas precisavam de exercer uma maior presença em Mosquitia porque a região estava cheia de "conflitos e problemas."
Mas que tipo de acesso teriam os EUA a Mosquitia? O ministro da Defesa Hondurenho, Aristides Mejía dizia que Mosquitia não seria necessariamente uma "base clássica com instalações permanentes, mas apenas utilizada quando necessário. Pretendemos, se o Presidente Zelaya aprovar, expandir as operações conjuntas [com os Estados Unidos]." Esta afirmação, no entanto, aparentemente não foi do agrado de um dos cabecilhas do futuro golpe, Vasquez, formado na estado-unidense Escola das Américas , que já tinha viajado para os EUA para discutir planos futuros para Mosquitia. Contradizendo o seu próprio colega, Vásquez disse que a ideia era "estabelecer uma base militar permanente hondurenha na zona" que receberia aviões e sistemas de abastecimento de combustíveis. Os Estados Unidos ajudariam a construir pistas aéreas no local.
Os acontecimentos em terra, no entanto, forçariam em breve os hondurenhos a tomar uma abordagem mais assertiva no que dizia respeito à segurança aérea. Em Maio de 2008 um terrível acidente ocorreu no aeroporto de Toncontín, quando um Airbus A320 da TACA deslizou para fora de pista na sua segunda tentativa de aterragem. Depois de derrubar árvores e esmagar cercas metálicas, a fuselagem do avião partiu-se em três. Três pessoas morreram e 65 ficaram feridas no acidente.
Após a tragédia as autoridades hondurenhas foram forçadas finalmente a bloquear a aterragem de aviões na notoriamente perigosa pista de Toncontín. Todos os grandes jactos, segundo as autoridades, seriam temporariamente transferidos para Palmerola. Enquanto visitava a base aérea americana o próprio Zelaya afirmou que as autoridades criariam uma nova estrutura civil em 60 dias. Bush já tinha concordado com a construção hondurenha de um aeroporto civil em Palmerola, "Há testemunhas," disse o Presidente.
Mas construir um novo aeroporto tinha-se tornado politicamente mais complicado. As relações EUA-Honduras haviam-se deteriorado consideravelmente desde o encontro com Bush em 2006, tendo Zelaya estreitado laços com a Venezuela e aumentado as críticas à política de combate à droga seguida pelos EUA.
O próprio embaixador de Bush no país, Charles Ford, disse que embora o tráfego fosse aceite em Palmerola, os acordos passados deveriam ser respeitados. A base era usada principalmente para aviões de vigilância de tráfico de drogas e Ford destacou que "o presidente pode pedir a utilização de Palmerola quando quiser, mas certos acordos e protocolos devem ser seguidos" e que "é importante destacar que Toncontín é certificada pela Organização Internacional de Aviação Civil", esperando com esta afirmação dissuadir as principais preocupações acerca da segurança do aeroporto. Disse ainda que havia algumas linhas aéreas que não viam Palmerola como um destino de aterragem "atraente". Ford não elaborou ou explicou o que os seus comentários significariam.
Lançando mais achas para a fogueira, o secretário de Estado Adjunto, John Negroponte, que também foi embaixador dos Estados Unidos em Honduras, disse que o país não podia transformar Palmerola num aeroporto civil "de um dia para o outro". Em Tegucigalpa, Negroponte encontrou-se com Zelaya para discutir sobre Palmerola. Após o encontro, em declarações a uma rádio hondurenha o diplomata americano disse que antes de Zelaya poder concretizar os seus planos para Palmerola o aeroporto teria de receber certificação internacional para os novos voos. De acordo com a agência noticiosa espanhola EFE, Negroponte aproveitou a sua viagem a Tegucigalpa para se encontrar com o presidente do Parlamento Hondurenho e futuro líder do golpe de Estado Roberto Micheletti [no relato não foram descritos os assuntos abordados na reunião].
É desnecessário dizer que a visita de Negroponte às Honduras foi amplamente repudiada por activistas progressistas e dos direitos humanos, que chamaram Negroponte de "assassino" e que o acusaram de ser responsável por desaparecimentos forçados durante o seu termo como embaixador de 1981 a 1985. A atitude condescendente de Ford e Negroponte vexam os grupos de trabalhadores, de indígenas e de camponeses que exigem que as Honduras reclamem a sua soberania nacional sobre Palmerola. "É necessário recuperar Palmerola porque é inaceitável que a melhor pista aérea da América Central continue nas mãos dos militares americanos", afirmava Carlos Reyes, dirigente do Popular Bloc, que inclui várias organizações políticas progressistas. "A Guerra Fria acabou e não há quaisquer pretextos que justifiquem a presença militar na região", concluiu. Os activistas defendem que o governo não deveria sequer considerar trocar Mosquitia por Palmerola, porque isso seria uma afronta ao orgulho hondurenho.
Ao longo do ano seguinte Zelaya procurou converter Palmerola num aeroporto civil mas os seus planos atrasaram-se quando o governo não conseguiu atrair investidores internacionais. Finalmente em 2009 Zelaya anunciou que as forças armadas hondurenhas realizariam a construção. Para pagar o novo projecto o presidente utilizaria fundos provenientes da ALBA [Alternativa Bolivariana para as Américas] e do Petrocaribe, dois acordos comerciais recíprocos impulsionados pelo líder venezuelano Hugo Chávez. Previsivelmente a direita hondurenha saltou em cima de Zelaya por este usar fundos venezuelanos. Amílcar Bulnes, presidente da Associação Empresarial das Honduras [conhecida pelo seu acrónimo castelhano COHEP] afirmou que os fundos do Petrocaribe não deveriam ser utilizados no aeroporto, mas em outras necessidades, não tendo especificado quais.
Algumas semanas depois de Zelaya ter anunciado que as forças armadas procederiam à construção de Palmerola, os militares rebelaram-se. Liderado por Romeo Vásquez, o exército removeu Zelaya e exilou-o. Na altura do golpe, activistas da paz estado-unidenses visitaram Palmerola e ficaram surpreendidos por ver que na base havia intensa actividade e helicópteros voando por todo o lado. Quando perguntaram às autoridades americanas se algo tinha mudado na relação EUA-Honduras, foi-lhes respondido que "não, nada" mudara.
A elite hondurenha e a política externa de direita dura do 'establishment' dos EUA tinham muitas razões para desprezar Manuel Zelaya, como já discuti em muitos outros artigos. A controvérsia à volta da base aérea de Palmerola deu-lhes no entanto a munição decisiva.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
A retração da economia e a destruição de empregos
Alguns estudos mostram que o tempo que decorre entre o início das crises agudas do capitalismo e o fechamento dos postos de trabalho nas empresas, tem se reduzido dramaticamente nas últimas três décadas. Antes da Terceira Revolução Industrial, as demissões aconteciam, mas tinha um tempo, relativamente longo se comparado com os padrões atuais, entre o surgimento da crise e a perda do emprego. Na fase atual do capitalismo, a resposta é imediata: o desemprego, como a forma mais fácil de cortar custos, aumenta antes mesmo das empresas sentirem o efeito da crise em seus negócios. Os empregados part-time, os contratados por tempo determinado e outras formas de vínculos precários são os primeiros da lista. Logo em seguida, e sem demora, os empregos mais estáveis, se é que podemos considerar ainda a existência dessa categoria. Nos Estados Unidos, as estatísticas mostram que do início da recessão até dezembro de 2007, o desemprego aumentou 5% para uma retração 2,5% da economia, situação que não deve ser diferente nos outros países.
Por outro lado, já se fala a partir também de observações pregressas, que de forma nenhuma os empregos votam aos patamares anteriores, mesmo se a produção e o mercado mundial recuperassem o fôlego perdido, o que é duvidoso. Tem-se observado, apesar da crise, que a produtividade do trabalho vem aumentando significativamente em todo mundo. Num primeiro momento, os rearranjos na organização da produção forçada pela dispensa de trabalhadores, podem ser responsáveis por essa maior produtividade. Os não dispensados passam a produzir mais, exercendo funções dos demitidos, sem que haja ajustes salariais. Ou seja, os mecanismos de aumento da mais-valia absoluta são acionados e aceitos sem contestação pelos que ficam, coagidos pelo medo de serem desligados.
Isso dura tempo suficiente, e independe de novos investimentos que venham ser feitos em capital fixo para aumentar ainda mais a produtividade, agora por conta de novas máquinas e equipamentos de automação da produção. Não é à toa que empresas que vendem tecnologia de automação e as que fabricam modernas plataformas de produção, começam a sentir aumento nas encomendas. Os balanços positivos que tem surpreendido os analistas são a combinação do aumento da produtividade do trabalho dos que ficam e substituem as funções dos dispensados, das políticas fiscais generosas e dos ajustes contábeis feitos com dinheiro público fartamente distribuído pelos governos a juros na maioria das vezes negativos. Mas é a segunda onda de aumento da produtividade, movida pela feroz concorrência pelo que restou de mercados, que ao incorporar de novas tecnologias de automação, fechará mais ainda postos de trabalho.
Essa lógica a qual estar subordinada o capital, mais evidente na atualidade, de serrar o galho em que está sentado com o aumento sem limites a produtividade e destruição incessante de empregos, tem suas conseqüências: na produção, a intensificação da crise de “valorização do valor” pela expulsão do trabalho vivo com a revolução da informática e aumento do trabalho morto; na circulação, a dificuldade de realização da mais-valia pela redução cada vez maior do número de consumidores produtivos. Para esse impasse, buscou-se como saída o consumo improdutivo, financiado pelo crédito infinito e por bolhas de tamanho crescentes, que a cada estouro mostra a inviabilidade dessa fórmula como solução para crise do capitalismo, deixando como legado rastros de destruição e sofrimentos.
A crise, longa e lenta, gera a cada espasmo do paciente em agonia, além do desemprego, montanha de crédito podre advindo desse dinheiro sem substância, que tem que ser limpo pelos faxineiros do capital. O Estado, à custa de um endividamento contínuo e sem precedente, impossível de ser pago por gerações futuras, é obrigado a engolir a fedentina vomitada pelo mercado e, ao mesmo tempo, alimentá-lo boca a boca com capital fictício produzido em suas entranhas, mesmo sabendo que mais na frente virão outros espasmos bem mais dolorosos e o risco de um colapso total.
http://rumoresdacrise.blogspot.com/