Quando a injustiça se torna lei, a resistência torna-se um dever! I write the verse and I find the rhyme I listen to the rhythm but the heartbeat`s mine. Por trás de uma grande fortuna está um grande crime-Honoré de Balzac. Este blog é a continuação de www.franciscotrindade.com que foi criado em 11/2000.35000 posts em 10 anos. Contacto: franciscotrindade4@gmail.com ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS
quinta-feira, abril 30, 2009
Troca infeliz!
Mão amiga fez-me chegar esta fotografia, tirada numa praça de Lisboa, a qual, em princípio, parece retratar apenas mais um daqueles “tremendos” acasos na distribuição de “outdoors” pelos espaços públicos.
No entanto, olhando melhor e mesmo perante a “delicadeza” da situação, não posso deixar de reparar que, embora o casting que ambas as “marcas” fizeram para a escolha das suas “artistas-modelos” esteja admiravelmente certo, as frases publicitárias, inexplicavelmente, aparecem trocadas nos cartazes.
Decididamente, a “Política de Verdade” está no cartaz da Triumph e sobre a “Rainha da Sedução” acho que não restam dúvidas...
http://samuel-cantigueiro.blogspot.com/
Vital Moreira, o arcaico
No programa “Prós e Contras” (RTP1, 2009-04-20) Vital Moreira, mostrando um gráfico com os grupos políticos do Parlamento Europeu, afirmou que o Bloco pertence ao «grupo dos partidos comunistas associados, ao qual o Bloco de Esquerda estranhamente se resolveu associar».
Acontece que o Bloco de facto não pertence ao «grupo dos partidos comunistas associados». E, já agora, esclareça-se que o PCP também não pertence a esse grupo, pela simples razão de que esse grupo não existe.
Se Vital Moreira se desse ao trabalho de ler a legenda inscrita no gráfico que exibiu, poderia informar-se sobre o grupo que estes deputados integram: é o GUE/NGL, grupo da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde.
Compreendemos a confusão de Vital Moreira. De facto, no “seu tempo”, havia no Parlamento Europeu um grupo com uma designação próxima daquela que referiu: chamava-se “Grupo Comunista e Afins”, um nome horrível, não para os comunistas, mas para os “afins”, designação que encerra (como a de “associados”, aliás) uma conotação de subalternidade ou de secundarização muito pouco dignificante. Mas, na actual legislatura, esse grupo já não existe. Vital está, pois, desactualizado.
Mas talvez “desactualizado” não seja a palavra certa para classificar Vital Moreira. Porque há dez anos, quando se criaram os grupos resultantes das eleições de 1999, também não foi formado tal grupo. E já em 1995, consta dos registos do PE o grupo da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde. Vital não está desactualizado, está completamente ultrapassado. Mas podemos continuar a recuar no tempo. Em resultado das eleições de 1989 foi formado um grupo chamado Coligação de Esquerda. Só mesmo antes de 1989 é que podemos encontrar o tal Grupo Comunista e Afins.
O quadro de referência política de Vital Moreira tem, pelo menos, duas décadas de atraso. E não são duas décadas quaisquer, sobretudo para as reconfigurações da esquerda. Lembremo-nos apenas que 1989 é o ano da queda do Muro de Berlim, o marco mais simbólico do desmoronamento dos regimes do Leste europeu, facto que não é obviamente alheio à recomposição de todas as forças de esquerda e também, consequentemente, do grupo parlamentar no PE.
Vendo a esquerda através das suas velhas referências pré-queda do Muro, Vital Moreira não conseguirá perceber o que se passa à sua volta. Nem em Portugal, nem muito menos na Europa e no Parlamento Europeu, onde vai ter de conviver com muitas e diferentes esquerdas, cujas referências e percursos políticos nada têm a ver com a caricatura que tentou passar na RTP. A visão de Vital Moreira sobre as esquerdas na Europa não está desactualizada, é antes uma visão arcaica de um mundo que já não existe.
http://infoalternativa.org/spip.php?article828
Acontece que o Bloco de facto não pertence ao «grupo dos partidos comunistas associados». E, já agora, esclareça-se que o PCP também não pertence a esse grupo, pela simples razão de que esse grupo não existe.
Se Vital Moreira se desse ao trabalho de ler a legenda inscrita no gráfico que exibiu, poderia informar-se sobre o grupo que estes deputados integram: é o GUE/NGL, grupo da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde.
Compreendemos a confusão de Vital Moreira. De facto, no “seu tempo”, havia no Parlamento Europeu um grupo com uma designação próxima daquela que referiu: chamava-se “Grupo Comunista e Afins”, um nome horrível, não para os comunistas, mas para os “afins”, designação que encerra (como a de “associados”, aliás) uma conotação de subalternidade ou de secundarização muito pouco dignificante. Mas, na actual legislatura, esse grupo já não existe. Vital está, pois, desactualizado.
Mas talvez “desactualizado” não seja a palavra certa para classificar Vital Moreira. Porque há dez anos, quando se criaram os grupos resultantes das eleições de 1999, também não foi formado tal grupo. E já em 1995, consta dos registos do PE o grupo da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde. Vital não está desactualizado, está completamente ultrapassado. Mas podemos continuar a recuar no tempo. Em resultado das eleições de 1989 foi formado um grupo chamado Coligação de Esquerda. Só mesmo antes de 1989 é que podemos encontrar o tal Grupo Comunista e Afins.
O quadro de referência política de Vital Moreira tem, pelo menos, duas décadas de atraso. E não são duas décadas quaisquer, sobretudo para as reconfigurações da esquerda. Lembremo-nos apenas que 1989 é o ano da queda do Muro de Berlim, o marco mais simbólico do desmoronamento dos regimes do Leste europeu, facto que não é obviamente alheio à recomposição de todas as forças de esquerda e também, consequentemente, do grupo parlamentar no PE.
Vendo a esquerda através das suas velhas referências pré-queda do Muro, Vital Moreira não conseguirá perceber o que se passa à sua volta. Nem em Portugal, nem muito menos na Europa e no Parlamento Europeu, onde vai ter de conviver com muitas e diferentes esquerdas, cujas referências e percursos políticos nada têm a ver com a caricatura que tentou passar na RTP. A visão de Vital Moreira sobre as esquerdas na Europa não está desactualizada, é antes uma visão arcaica de um mundo que já não existe.
http://infoalternativa.org/spip.php?article828
Luta dos professores poderá entrar pela campanha para as legislativas
A Plataforma Sindical dos Professores, que congrega mais de uma dezena
de associações e sindicatos de docentes e educadores de infância,
decidiu traçar um calendário de acções que vão prolongar-se pelo 3.º
período e poderão mesmo chegar ao início do próximo ano lectivo, em
pleno período de campanha para as legislativas.
A decisão, anunciada ao PÚBLICO pelo líder da Federação Nacional dos
Professores (Fenprof), Mário Nogueira, foi tomada ontem numa reunião
da plataforma. Para já, os órgãos dos sindicatos estão ainda a ser
ouvidos e só na próxima segunda-feira serão anunciadas as acções
concretas a desenvolver.
"É um calendário completo e muito forte. Estamos a discutir um
calendário sequencial que vai em crescendo", descreve Mário Nogueira,
porta-voz da plataforma. "Prevê-se até alguma acção para o início do
próximo ano lectivo." O ano lectivo 2009/2010 abre em Setembro, o que
coincide com a campanha para as eleições legislativas.
"Estivemos a analisar vários cenários mas ainda não ficou nada
decidido", diz Lucinda Manuela, dirigente da Federação Nacional dos
Sindicatos de Educação (FNE). Para esta federação é mais importante,
em tempo de campanha eleitoral, fazer chegar aos partidos o que cada
sindicato pensa e informá-los sobre "o que é que os professores não
querem" do que fazer acções conjuntas com os outros sindicatos.
Durante o final da tarde de ontem e ao longo do dia de hoje, os
sindicatos vão reunir para debater as várias propostas apresentadas
pelos professores, durante a Semana de Consulta, que decorreu na
semana passada e que levou os sindicalistas às escolas para ouvir os
docentes. "Os professores continuam muito descontentes. As acções
poderão exprimir de modo mais forte a sua revolta", defende Lucinda
Manuela.
Na próxima segunda-feira, a plataforma volta a reunir para traçar o
calendário final da luta dos professores. Os profissionais contestam a
divisão da carreira em professores e professores titulares, o modelo
de avaliação do desempenho e a realização de uma prova de ingresso na
carreira.
de associações e sindicatos de docentes e educadores de infância,
decidiu traçar um calendário de acções que vão prolongar-se pelo 3.º
período e poderão mesmo chegar ao início do próximo ano lectivo, em
pleno período de campanha para as legislativas.
A decisão, anunciada ao PÚBLICO pelo líder da Federação Nacional dos
Professores (Fenprof), Mário Nogueira, foi tomada ontem numa reunião
da plataforma. Para já, os órgãos dos sindicatos estão ainda a ser
ouvidos e só na próxima segunda-feira serão anunciadas as acções
concretas a desenvolver.
"É um calendário completo e muito forte. Estamos a discutir um
calendário sequencial que vai em crescendo", descreve Mário Nogueira,
porta-voz da plataforma. "Prevê-se até alguma acção para o início do
próximo ano lectivo." O ano lectivo 2009/2010 abre em Setembro, o que
coincide com a campanha para as eleições legislativas.
"Estivemos a analisar vários cenários mas ainda não ficou nada
decidido", diz Lucinda Manuela, dirigente da Federação Nacional dos
Sindicatos de Educação (FNE). Para esta federação é mais importante,
em tempo de campanha eleitoral, fazer chegar aos partidos o que cada
sindicato pensa e informá-los sobre "o que é que os professores não
querem" do que fazer acções conjuntas com os outros sindicatos.
Durante o final da tarde de ontem e ao longo do dia de hoje, os
sindicatos vão reunir para debater as várias propostas apresentadas
pelos professores, durante a Semana de Consulta, que decorreu na
semana passada e que levou os sindicalistas às escolas para ouvir os
docentes. "Os professores continuam muito descontentes. As acções
poderão exprimir de modo mais forte a sua revolta", defende Lucinda
Manuela.
Na próxima segunda-feira, a plataforma volta a reunir para traçar o
calendário final da luta dos professores. Os profissionais contestam a
divisão da carreira em professores e professores titulares, o modelo
de avaliação do desempenho e a realização de uma prova de ingresso na
carreira.
Alunos também se manifestaram na EBI de Sto. Onofre
“Se tivermos um problema, a quem nos queixamos?” Esta foi uma das perguntas que os estudantes da Escola Básica 1,2,3 de Santo Onofre fizeram na manifestação que levaram a cabo no passado dia 22 de Abril em frente à escola. Pergunta que ficou sem resposta, pois mais uma vez a recentemente empossada Comissão Administrativa Provisória (CAP) não apareceu.
Depois dos professores e pessoal não docente do Agrupamento de Santo Onofre, foi agora a vez de cerca de 250 alunos mostrarem a sua indignação pelo afastamento compulsivo do antigo Conselho Executivo do agrupamento. Mas os estudantes foram mais longe e não hesitaram em pedir a demissão da CAP.
Numa concentração organizada pelos próprios alunos, que fizeram passar um papel pelas várias salas de aulas a apelarem à mobilização, ficou bem expresso o carinho que os mais novos têm pelos professores afastados do cargo. Muitas vezes os seus nomes foram entusiasticamente entoados entre as já habituais palavras de ordem como “Alunos unidos, jamais serão vencidos” e um original “O orgulho da EBI somos nós”.
Foi junto de um dos mais reivindicativos alunos daquela tarde que tentámos saber que ambiente se vive na escola depois da CAP ter assumido funções. “Só não nos sentimos desamparados porque temos professores que nos ajudam. Agora se precisarmos de alguma coisa que não tenha a ver com as aulas, não sabemos a quem nos podemos dirigir”, afirmou Jorge Carvalho, do 8º ano.
Neste último período do ano lectivo, “as aulas estão a correr bem, pois os nossos professores são grandes profissionais, mas sabemos que [eles] não estão contentes porque esta situação não faz sentido”. O que na sua opinião também não tem lógica é o afastamento dos membros da CAP da comunidade escolar.
“Não conhecemos ninguém, nem de vista. Apenas sabemos que alguns vêm de Peniche. Vieram para a escola no início do período, nós nem sequer sabíamos. Agora precisamos de alguma coisa do executivo, tem que ser tudo por escrito. O Conselho Executivo está trancado, o que nunca aconteceu, e não dá para resolver nada”, queixa-se o aluno.
Por entre os professores que assistiam à manifestação dos estudantes estava Lina Carvalho, presidente do Conselho Executivo destituído. Reiterando que a manifestação foi ideia dos alunos, manifestou “um profundo orgulho por estes alunos, que fizeram uma manifestação bem organizada, cívica e controlada e todos eles forem bem educados”.
A professora entende bem a revolta dos alunos. “Como é evidente, eles estão muito apreensivos. Não entendem esta situação. Estavam habituados a lidar connosco e têm connosco uma relação muito próxima”, afirma.
Executivo camarário unânime no protesto à Ministra da Educação
Já no decorrer da manifestação dos professores, no dia 14 de Abril, o vereador caldense responsável pela Educação, Tinta Ferreira, tinha dado conta de um voto de protesto aprovado pelo executivo camarário em reacção às declarações da ministra da Educação sobre a situação de Santo Onofre. Sabe-se agora que o documento foi aprovado por unanimidade, com os votos favoráveis da maioria do PSD e dos vereadores socialistas, um dos quais – António Galamba - vice-presidente da bancada do PS na Assembleia da República.
Mais uma vez, a autarquia manifesta a sua indignação por Maria de Lurdes Rodrigues ter afirmado no Parlamento que “a comunidade local e os professores não querem tomar conta da escola nos termos em que a lei exige”, declarações que o executivo caldense considera “infelizes” e “desadequadas”.
O voto de protesto deixa expresso o orgulho da comunidade local em todos os que estão ligados ao Agrupamento de Escolas de Santo Onofre, “os quais constituem uma Comunidade Educativa de grande exemplaridade manifestada pelas boas práticas educativas implementadas e pelo seu impacto no nosso território educativo”.
Ao Ministério da Educação, “primeiro responsável pela situação”, o executivo apela a que a “actuação seja de bom senso, num espírito de diálogo com todos, de modo a que rapidamente a vivência de toda a comunidade educativa regresse rapidamente à normalidade, num clima de tranquilidade, motivação e consequente empenho de todos”.
Depois dos professores e pessoal não docente do Agrupamento de Santo Onofre, foi agora a vez de cerca de 250 alunos mostrarem a sua indignação pelo afastamento compulsivo do antigo Conselho Executivo do agrupamento. Mas os estudantes foram mais longe e não hesitaram em pedir a demissão da CAP.
Numa concentração organizada pelos próprios alunos, que fizeram passar um papel pelas várias salas de aulas a apelarem à mobilização, ficou bem expresso o carinho que os mais novos têm pelos professores afastados do cargo. Muitas vezes os seus nomes foram entusiasticamente entoados entre as já habituais palavras de ordem como “Alunos unidos, jamais serão vencidos” e um original “O orgulho da EBI somos nós”.
Foi junto de um dos mais reivindicativos alunos daquela tarde que tentámos saber que ambiente se vive na escola depois da CAP ter assumido funções. “Só não nos sentimos desamparados porque temos professores que nos ajudam. Agora se precisarmos de alguma coisa que não tenha a ver com as aulas, não sabemos a quem nos podemos dirigir”, afirmou Jorge Carvalho, do 8º ano.
Neste último período do ano lectivo, “as aulas estão a correr bem, pois os nossos professores são grandes profissionais, mas sabemos que [eles] não estão contentes porque esta situação não faz sentido”. O que na sua opinião também não tem lógica é o afastamento dos membros da CAP da comunidade escolar.
“Não conhecemos ninguém, nem de vista. Apenas sabemos que alguns vêm de Peniche. Vieram para a escola no início do período, nós nem sequer sabíamos. Agora precisamos de alguma coisa do executivo, tem que ser tudo por escrito. O Conselho Executivo está trancado, o que nunca aconteceu, e não dá para resolver nada”, queixa-se o aluno.
Por entre os professores que assistiam à manifestação dos estudantes estava Lina Carvalho, presidente do Conselho Executivo destituído. Reiterando que a manifestação foi ideia dos alunos, manifestou “um profundo orgulho por estes alunos, que fizeram uma manifestação bem organizada, cívica e controlada e todos eles forem bem educados”.
A professora entende bem a revolta dos alunos. “Como é evidente, eles estão muito apreensivos. Não entendem esta situação. Estavam habituados a lidar connosco e têm connosco uma relação muito próxima”, afirma.
Executivo camarário unânime no protesto à Ministra da Educação
Já no decorrer da manifestação dos professores, no dia 14 de Abril, o vereador caldense responsável pela Educação, Tinta Ferreira, tinha dado conta de um voto de protesto aprovado pelo executivo camarário em reacção às declarações da ministra da Educação sobre a situação de Santo Onofre. Sabe-se agora que o documento foi aprovado por unanimidade, com os votos favoráveis da maioria do PSD e dos vereadores socialistas, um dos quais – António Galamba - vice-presidente da bancada do PS na Assembleia da República.
Mais uma vez, a autarquia manifesta a sua indignação por Maria de Lurdes Rodrigues ter afirmado no Parlamento que “a comunidade local e os professores não querem tomar conta da escola nos termos em que a lei exige”, declarações que o executivo caldense considera “infelizes” e “desadequadas”.
O voto de protesto deixa expresso o orgulho da comunidade local em todos os que estão ligados ao Agrupamento de Escolas de Santo Onofre, “os quais constituem uma Comunidade Educativa de grande exemplaridade manifestada pelas boas práticas educativas implementadas e pelo seu impacto no nosso território educativo”.
Ao Ministério da Educação, “primeiro responsável pela situação”, o executivo apela a que a “actuação seja de bom senso, num espírito de diálogo com todos, de modo a que rapidamente a vivência de toda a comunidade educativa regresse rapidamente à normalidade, num clima de tranquilidade, motivação e consequente empenho de todos”.
Professores em peso na apresentação de “A Educação do Meu Umbigo”
"A Educação do Meu Umbigo", livro de Paulo Guinote, baseado nos textos do blogue homónimo, serviu de pretexto para uma emotiva sessão de apoio ao Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Sto. Onofre. A sessão decorreu no CCC, a 25 de Abril, e nela participaram mais de uma centena de professores.
Foi uma sessão muito participada num dia simbólico e que mais uma vez ficou provado como os dissabores entre o Ministério da Educação e os professores têm contribuído para a união daquela classe profissional.
A destituição do Conselho Executivo (CE) do Agrupamento de Santo Onofre foi, para o autor do livro e do blogue, “uma situação de abuso de poder pois o CE fez tudo o que estava ao seu alcance para tentar resolver a situação”. Ser destituído desta forma “é uma humilhação pública que a escola e o agrupamento em causa não mereciam”. Para Paulo Guinote, poderia ter sido feita uma intervenção anterior “sem esta atitude selvática de entrar pela escola dentro e colocar no CE pessoas que praticamente não conhecem a escola”, disse. Nesse aspecto Sto. Onofre “foi usado para servir de exemplo a quem quiser opor-se ou a quem não queira seguir as ordens do Ministério da Educação”. A opinião sobre este acontecimento, que colocou a escola caldense nas notícias do dia, foi dada antes da sessão que reuniu cerca de 130 pessoas, sobretudo professores.
O autor de A Educação do Meu Umbigo disse que vir às Caldas apresentar o seu livro foi apenas o pretexto. O que Paulo Guinote pretendia era mesmo conhecer pessoalmente muitos dos colegas com quem tem falado na blogosfera e solidarizar-se com os professores de Sto. Onofre “pela situação que estão a atravessar neste momento”. E foi ele próprio que sugeriu o dia 25 de Abril para esta iniciativa.
Este professor de 44 anos, licenciado em Filosofia, que lecciona Língua Portuguesa, História e Geografia de Portugal no 2º ciclo do Ensino Básico estava longe de imaginar o alcance que o seu blogue alcançou nos últimos tempos. Os seus textos são “um retrato do que se passa hoje nas escolas” e tem um fiel grupo de seguidores e de comentadores, já referenciados com os “umbiguistas”.
Este é um livro que “incomoda ministros e que mobiliza os professores”. É este o epíteto que acompanha o livro que Rui Correia, professor do Agrupamento mais falado nos últimos tempos, descreve como “surpreendente e incontornável para conhecer o que se tem passado na Educação em Portugal”.
“O caminho que escolhemos faz de nós um agrupamento especial”
Paulo Prudêncio, um conhecido bloguista (o seu site Correntes é um dos mais conhecidos na blogosfera dos professores), disse que é uma “feliz coincidência” a apresentação do livro de Guinote ser feita no dia 25 de Abril e passou a palavra à ex-presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Sto. Onofre, Lina Esteves, que foi longamente aplaudida de pé pela assistência, que transformou aquele momento num protesto contra a destituição efectuada pelo Ministério da Educação.
Contendo a custo a emoção, a antiga responsável pela Escola de Sto. Onofre disse que era ela apenas o rosto de uma escolha colectiva, feita por todos os professores do agrupamento. “O caminho que escolhemos faz de nós um agrupamento especial”, disse, agradecendo o apoio dado pela “comunidade das Caldas da Rainha que transversalmente nos tem ajudado”.
Este agrupamento limitou-se a cumprir os procedimentos para a implementação do novo modelo de gestão escolar, mas, por três vezes consecutivas, não houve professores que quisessem constituir listas para o Conselho Geral Transitório. Por causa disso, foi castigado pelo Ministério da Educação.
Nas últimas reuniões de Câmara e Assembleia Municipal foram aprovadas moções de solidariedade com a Escola de Sto. Onofre, que mereceram o apoio de todos os partidos políticos, incluindo do partido que está no Governo que, no que concerne à educação, se encontra profundamente dividido.
No período de debate, alguns professores, vindos de várias partes do país, referiram-se ao Educação do Meu Umbigo como uma “fonte de alento”, ao qual iam buscar a informação necessária e a coragem para contestarem nas escolas as politicas do ministério de Maria de Lurdes Rodrigues. “Se não fosse este blogue, nós nunca teríamos tido a coragem de manter a nossa posição de não entregar os objectivos”, disse uma professora de Leiria, queixando-se que a sua escola “parece um submundo, onde toda a gente tem medo de abrir a boca e onde nunca sabemos o que nos vai acontecer na próxima segunda-feira”.
A importância da blogosfera na mobilização de uma classe
Respondendo a mais intervenções que referiram o clima de medo existente em algumas escolas, Paulo Guinote disse que “não ter medo não é ser corajoso, mas tê-lo e vencê-lo é que implica ter alguma coragem”. E contou que chegou a ser chamado ao Conselho Executivo após ter feito alguns posts no seu blogue que eram lidos no Ministério, cujos responsáveis telefonavam imediatamente para a sua escola. Por outro lado, alguns professores que fizeram declarações à imprensa, tinham logo a Inspecção Geral da Educação a fazer inspecções nas suas escolas, o que leva à auto-censura e à auto-limitação do exercício de cidadania dos professores.
“Se nós assumirmos esse medo, eles avançam, mas se nós fincarmos o pé e olharmos para o adversário olhos nos olhos, podemos ganhar”, disse.
Manuel Micaelo, dirigente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, disse que nem sempre concordava com as posições de Paulo Guinote (que tem frequentemente posições contrárias às dos sindicatos), mas que reconhecia no seu blogue “um papel muito importante na mobilização dos professores para as greves e manifestações”.
Como seria de esperar perante uma plateia composta por professores, o debate prosseguiu com questões relacionadas com as formas de luta que estes pretendem prosseguir.
No final, houve ainda lugar a surpresas. Foram apresentados pequenos vídeos com mensagens de apoio de professores que não puderam estar presentes, seguindo-se uma actuação do coro “Pastelinhos de Belém”, que é formado por professores da EBI de Sto. Onofre.
Comentário: o Guinote nunca teve oportunidade de ir às Caldas da Rainha. Em acções da APEDE estive nas Caldas uma, duas, três, quatro...o guinote nunca lá apareceu. É que nessa altura não tinha nenhum livro para vender...
Foi uma sessão muito participada num dia simbólico e que mais uma vez ficou provado como os dissabores entre o Ministério da Educação e os professores têm contribuído para a união daquela classe profissional.
A destituição do Conselho Executivo (CE) do Agrupamento de Santo Onofre foi, para o autor do livro e do blogue, “uma situação de abuso de poder pois o CE fez tudo o que estava ao seu alcance para tentar resolver a situação”. Ser destituído desta forma “é uma humilhação pública que a escola e o agrupamento em causa não mereciam”. Para Paulo Guinote, poderia ter sido feita uma intervenção anterior “sem esta atitude selvática de entrar pela escola dentro e colocar no CE pessoas que praticamente não conhecem a escola”, disse. Nesse aspecto Sto. Onofre “foi usado para servir de exemplo a quem quiser opor-se ou a quem não queira seguir as ordens do Ministério da Educação”. A opinião sobre este acontecimento, que colocou a escola caldense nas notícias do dia, foi dada antes da sessão que reuniu cerca de 130 pessoas, sobretudo professores.
O autor de A Educação do Meu Umbigo disse que vir às Caldas apresentar o seu livro foi apenas o pretexto. O que Paulo Guinote pretendia era mesmo conhecer pessoalmente muitos dos colegas com quem tem falado na blogosfera e solidarizar-se com os professores de Sto. Onofre “pela situação que estão a atravessar neste momento”. E foi ele próprio que sugeriu o dia 25 de Abril para esta iniciativa.
Este professor de 44 anos, licenciado em Filosofia, que lecciona Língua Portuguesa, História e Geografia de Portugal no 2º ciclo do Ensino Básico estava longe de imaginar o alcance que o seu blogue alcançou nos últimos tempos. Os seus textos são “um retrato do que se passa hoje nas escolas” e tem um fiel grupo de seguidores e de comentadores, já referenciados com os “umbiguistas”.
Este é um livro que “incomoda ministros e que mobiliza os professores”. É este o epíteto que acompanha o livro que Rui Correia, professor do Agrupamento mais falado nos últimos tempos, descreve como “surpreendente e incontornável para conhecer o que se tem passado na Educação em Portugal”.
“O caminho que escolhemos faz de nós um agrupamento especial”
Paulo Prudêncio, um conhecido bloguista (o seu site Correntes é um dos mais conhecidos na blogosfera dos professores), disse que é uma “feliz coincidência” a apresentação do livro de Guinote ser feita no dia 25 de Abril e passou a palavra à ex-presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Sto. Onofre, Lina Esteves, que foi longamente aplaudida de pé pela assistência, que transformou aquele momento num protesto contra a destituição efectuada pelo Ministério da Educação.
Contendo a custo a emoção, a antiga responsável pela Escola de Sto. Onofre disse que era ela apenas o rosto de uma escolha colectiva, feita por todos os professores do agrupamento. “O caminho que escolhemos faz de nós um agrupamento especial”, disse, agradecendo o apoio dado pela “comunidade das Caldas da Rainha que transversalmente nos tem ajudado”.
Este agrupamento limitou-se a cumprir os procedimentos para a implementação do novo modelo de gestão escolar, mas, por três vezes consecutivas, não houve professores que quisessem constituir listas para o Conselho Geral Transitório. Por causa disso, foi castigado pelo Ministério da Educação.
Nas últimas reuniões de Câmara e Assembleia Municipal foram aprovadas moções de solidariedade com a Escola de Sto. Onofre, que mereceram o apoio de todos os partidos políticos, incluindo do partido que está no Governo que, no que concerne à educação, se encontra profundamente dividido.
No período de debate, alguns professores, vindos de várias partes do país, referiram-se ao Educação do Meu Umbigo como uma “fonte de alento”, ao qual iam buscar a informação necessária e a coragem para contestarem nas escolas as politicas do ministério de Maria de Lurdes Rodrigues. “Se não fosse este blogue, nós nunca teríamos tido a coragem de manter a nossa posição de não entregar os objectivos”, disse uma professora de Leiria, queixando-se que a sua escola “parece um submundo, onde toda a gente tem medo de abrir a boca e onde nunca sabemos o que nos vai acontecer na próxima segunda-feira”.
A importância da blogosfera na mobilização de uma classe
Respondendo a mais intervenções que referiram o clima de medo existente em algumas escolas, Paulo Guinote disse que “não ter medo não é ser corajoso, mas tê-lo e vencê-lo é que implica ter alguma coragem”. E contou que chegou a ser chamado ao Conselho Executivo após ter feito alguns posts no seu blogue que eram lidos no Ministério, cujos responsáveis telefonavam imediatamente para a sua escola. Por outro lado, alguns professores que fizeram declarações à imprensa, tinham logo a Inspecção Geral da Educação a fazer inspecções nas suas escolas, o que leva à auto-censura e à auto-limitação do exercício de cidadania dos professores.
“Se nós assumirmos esse medo, eles avançam, mas se nós fincarmos o pé e olharmos para o adversário olhos nos olhos, podemos ganhar”, disse.
Manuel Micaelo, dirigente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, disse que nem sempre concordava com as posições de Paulo Guinote (que tem frequentemente posições contrárias às dos sindicatos), mas que reconhecia no seu blogue “um papel muito importante na mobilização dos professores para as greves e manifestações”.
Como seria de esperar perante uma plateia composta por professores, o debate prosseguiu com questões relacionadas com as formas de luta que estes pretendem prosseguir.
No final, houve ainda lugar a surpresas. Foram apresentados pequenos vídeos com mensagens de apoio de professores que não puderam estar presentes, seguindo-se uma actuação do coro “Pastelinhos de Belém”, que é formado por professores da EBI de Sto. Onofre.
Comentário: o Guinote nunca teve oportunidade de ir às Caldas da Rainha. Em acções da APEDE estive nas Caldas uma, duas, três, quatro...o guinote nunca lá apareceu. É que nessa altura não tinha nenhum livro para vender...
Como diz o outro é só fazer as contas...
O plano de resgate dos bancos com dinheiro dos contribuintes dos E.U.A. custará a desmedida cifra de 700 bilhões de dólares, mais os 500 bilhões que já se entregaram aos bancos, mais os bilhões que os governos da Europa entregarão aos bancos em crise nesse continente. Porém para tratar de dimensionar, só em parte, as cifras envolvidas, o telespectador fez o seguinte cálculo:
"O planeta tem 6,7 bilhões de habitantes. Se dividissem 'só' os 700 bilhões de dólares entre os 6,7 bilhões de pessoas que habitam o planeta, equivaleria a entregar 104 milhões de dólares a cada um! Com isso, não só se erradica de imediato toda a pobreza do mundo, como automaticamente se transformam em milionários todos os habitantes do planeta." Ele conclui dizendo: "Parece que realmente há um pequeno problema na distribuição da riqueza!"
Fazendo um segundo pequeno cálculo, vamos examinar de perto e mais exactamente o caso dos espanhóis: O estado espanhol rega os bancos com 30 billhões de euros, que saem dos bolsos dos espanhóis. O Estado comprará 30 bilhões de euros de dívidas dos bancos para evitar o colapso financeiro. Ora, neste momento, a população de Espanha é de, segundo dados oficiais de 2008, 46.063.511 de habitantes. O cálculo é simples de fazer: 30 bilhões de euros divididos por 46.063.511 de habitantes dá a módica quantia de 652,18 milhões de euros para cada espanhol, aproximadamente. Seja qual for a sua idade, raça, credo religioso ou clube de futebol de que é adepto, cada espanhol é um potencial milionário.
Quem quiser pode fazer as contas para o caso português...
"O planeta tem 6,7 bilhões de habitantes. Se dividissem 'só' os 700 bilhões de dólares entre os 6,7 bilhões de pessoas que habitam o planeta, equivaleria a entregar 104 milhões de dólares a cada um! Com isso, não só se erradica de imediato toda a pobreza do mundo, como automaticamente se transformam em milionários todos os habitantes do planeta." Ele conclui dizendo: "Parece que realmente há um pequeno problema na distribuição da riqueza!"
Fazendo um segundo pequeno cálculo, vamos examinar de perto e mais exactamente o caso dos espanhóis: O estado espanhol rega os bancos com 30 billhões de euros, que saem dos bolsos dos espanhóis. O Estado comprará 30 bilhões de euros de dívidas dos bancos para evitar o colapso financeiro. Ora, neste momento, a população de Espanha é de, segundo dados oficiais de 2008, 46.063.511 de habitantes. O cálculo é simples de fazer: 30 bilhões de euros divididos por 46.063.511 de habitantes dá a módica quantia de 652,18 milhões de euros para cada espanhol, aproximadamente. Seja qual for a sua idade, raça, credo religioso ou clube de futebol de que é adepto, cada espanhol é um potencial milionário.
Quem quiser pode fazer as contas para o caso português...
Sócrates pede desculpa aos pais das crianças filmadas em Castelo de Vide
Imagens usadas em tempo de antena do PS
José Sócrates está a enviar um pedido de desculpas formal, por escrito, aos pais das crianças de uma escola de Castelo de Vide cujas imagens foram usadas num tempo de antena do Partido Socialista.
No dia 22 de Abril, o tempo de antena do PS foi ilustrado com imagens de crianças do ensino básico, que nas salas de aula teciam elogios ao computador Magalhães. Alguns pais de uma escola do ensino básico de Castelo de Vide vieram a público acusar o PS de ter usado as imagens das crianças indevidamente, já que lhes havia sido dito que as filmagens se destinavam ao Ministério da Educação.
Ao microfone do Rádio Clube, o porta-voz Vitalino Canas disse que depois da polémica, o que o PS tem a fazer é "lamentar o sucedido e, através do seu secretário-geral está já a dirigir, aos pais das crianças envolvidas, pedidos formais, por escrito, de desculpa pelo sucedido".
"Eventualmente por ausência de informação adequada ou de actuação adequada da parte sobretudo da empresa, houve pessoas que participaram no vídeo que não tinham a exacta noção de que as imagens seriam empregues no tempo de antena do PS, e houve, porventura, algumas crianças que foram filmadas sem o preenchimento dos requisitos prévios", disse Vitalino Canas.
E aponta o dedo à produtora: "A empresa contactou e relacionou-se com as escolas e com as direcções regionais da educação envolvidas, fazendo o pedido em nome do Partido Socialista para a gravação do tempo de antena para o PS." O que aconteceu em Castelo de Vide? "Porventura, por qualquer razão que nós obviamente não dominamos, esse procedimento não foi o mais correcto, o mais adequado, e houve algum défice de informação que levou a que nem toda a gente recebesse essas indicações de que se tratava de um vídeo para o tempo de antena do PS."
Vitalino Canas salienta também que o que se passou a escola de Castelo de Vide foi "um facto circunscrito" e que as crianças em causa são "um número reduzido tendo em conta o número global de pessoas e de escolas que participaram".
José Sócrates está a enviar um pedido de desculpas formal, por escrito, aos pais das crianças de uma escola de Castelo de Vide cujas imagens foram usadas num tempo de antena do Partido Socialista.
No dia 22 de Abril, o tempo de antena do PS foi ilustrado com imagens de crianças do ensino básico, que nas salas de aula teciam elogios ao computador Magalhães. Alguns pais de uma escola do ensino básico de Castelo de Vide vieram a público acusar o PS de ter usado as imagens das crianças indevidamente, já que lhes havia sido dito que as filmagens se destinavam ao Ministério da Educação.
Ao microfone do Rádio Clube, o porta-voz Vitalino Canas disse que depois da polémica, o que o PS tem a fazer é "lamentar o sucedido e, através do seu secretário-geral está já a dirigir, aos pais das crianças envolvidas, pedidos formais, por escrito, de desculpa pelo sucedido".
"Eventualmente por ausência de informação adequada ou de actuação adequada da parte sobretudo da empresa, houve pessoas que participaram no vídeo que não tinham a exacta noção de que as imagens seriam empregues no tempo de antena do PS, e houve, porventura, algumas crianças que foram filmadas sem o preenchimento dos requisitos prévios", disse Vitalino Canas.
E aponta o dedo à produtora: "A empresa contactou e relacionou-se com as escolas e com as direcções regionais da educação envolvidas, fazendo o pedido em nome do Partido Socialista para a gravação do tempo de antena para o PS." O que aconteceu em Castelo de Vide? "Porventura, por qualquer razão que nós obviamente não dominamos, esse procedimento não foi o mais correcto, o mais adequado, e houve algum défice de informação que levou a que nem toda a gente recebesse essas indicações de que se tratava de um vídeo para o tempo de antena do PS."
Vitalino Canas salienta também que o que se passou a escola de Castelo de Vide foi "um facto circunscrito" e que as crianças em causa são "um número reduzido tendo em conta o número global de pessoas e de escolas que participaram".
Trabalhadores da Refer invadem sede da empresa
Dezenas de dirigentes e delegados sindicais da Refer – Rede Ferroviária Nacional invadiram as instalações da empresa exigindo ser recebidos pela administração. A concentração foi convocada, no dia 23 de Abril, pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário. Protestava contra a recusa da empresa em negociar melhores condições salariais e contra a supressão de direitos e procurava fazer entrega à administração de uma proposta negocial.
Justamente indignados com a recusa da administração em recebê-los, os sindicalistas não se ficaram pela denúncia da afronta e forçaram a entrada no edifício, chegando ao confronto com os seguranças. A Polícia de Choque foi entretanto chamada e acabou por expulsar os trabalhadores.
Na imprensa, o acontecimento só foi relatado sucintamente pelo Correio da Manhã. Na televisão passaram imagens, igualmente breves mas elucidativas da revolta dos presentes e da sua decisão de não acatarem passivamente o desaforo dos administradores. “Têm que nos receber! Têm que nos receber!” – gritavam alguns dos que forçavam o cordão de segurança.
Testemunhos dados no local revelaram que a administração da Refer anda a fazer gato-sapato dos trabalhadores retirando-lhes regalias, como foi o caso do seguro de doença, e mesmo voltando atrás em propostas salariais que antes tinham sido postas sobre a mesa.
À semelhança dos sequestros de patrões e administradores verificados em França, só acções como a da Refer podem fazer valer os direitos dos trabalhadores. Há que saudar por isso os sindicalistas da Refer, que ousaram ir além da resignação com que a maioria dos trabalhadores por todo o país tem suportado despedimentos, perdas de direitos e sucessivas injustiças.
Acusando a administração da empresa, liderada por Luís Pardal, de “cobardia” e de “recorrer a meios típicos do regime fascista”, o sindicato convocou para hoje, dia 29, no Clube Ferroviário, em Lisboa, um plenário de dirigentes e delegados sindicais, convidando a participar os trabalhadores e as organizações que se identifiquem com as reivindicações defendidas pelo sindicato.
http://www.jornalmudardevida.net/?p=1559
Justamente indignados com a recusa da administração em recebê-los, os sindicalistas não se ficaram pela denúncia da afronta e forçaram a entrada no edifício, chegando ao confronto com os seguranças. A Polícia de Choque foi entretanto chamada e acabou por expulsar os trabalhadores.
Na imprensa, o acontecimento só foi relatado sucintamente pelo Correio da Manhã. Na televisão passaram imagens, igualmente breves mas elucidativas da revolta dos presentes e da sua decisão de não acatarem passivamente o desaforo dos administradores. “Têm que nos receber! Têm que nos receber!” – gritavam alguns dos que forçavam o cordão de segurança.
Testemunhos dados no local revelaram que a administração da Refer anda a fazer gato-sapato dos trabalhadores retirando-lhes regalias, como foi o caso do seguro de doença, e mesmo voltando atrás em propostas salariais que antes tinham sido postas sobre a mesa.
À semelhança dos sequestros de patrões e administradores verificados em França, só acções como a da Refer podem fazer valer os direitos dos trabalhadores. Há que saudar por isso os sindicalistas da Refer, que ousaram ir além da resignação com que a maioria dos trabalhadores por todo o país tem suportado despedimentos, perdas de direitos e sucessivas injustiças.
Acusando a administração da empresa, liderada por Luís Pardal, de “cobardia” e de “recorrer a meios típicos do regime fascista”, o sindicato convocou para hoje, dia 29, no Clube Ferroviário, em Lisboa, um plenário de dirigentes e delegados sindicais, convidando a participar os trabalhadores e as organizações que se identifiquem com as reivindicações defendidas pelo sindicato.
http://www.jornalmudardevida.net/?p=1559
Obama e a caixa de Pandora
Está Barack Obama convencido de querer abrir a caixa de Pandora sobre a utilização da tortura sob a Administração Bush? Até que ponto está disposto a puxar do lado ascendente da corda? Essa corda é na realidade muito curta e conduz directamente àqueles que planearam e ordenaram levar a cabo a “guerra contra o terrorismo” entre Setembro de 2001 e inícios de 2009.
Entre essas personagens estão nada menos que Donald Rumsfeld, então chefe máximo do Pentágono; John Ashcroft, procurador-geral do Estado; Alberto Gonzales, primeiro na sua qualidade de conselheiro chave do Departamento de Justiça e depois como sucessor de Ashcroft; os chefes da CIA, primeiro George Tenet e depois Michael Hayden; Condoleezza Rice [1], primeiro conselheira de Segurança Nacional e posteriormente secretária de Estado, e o influente vice-presidente Dick Cheney.
Essa lista não estaria completa, indubitavelmente, se nela não figurasse a sua grande estrela, o 43º inquilino da Casa Branca, o mesmíssimo George W. Bush.
Referia-se por acaso Obama a eles quando, forçado pela esquerda democrata e pelas organizações defensoras dos direitos civis e dos direitos humanos, disse há dias que não se descartava a perseguição dos responsáveis [2] de terem legitimado a tortura?
Não parece que tenha querido chegar tão longe: nunca um presidente estadunidense fez algo semelhante com o seu predecessor. Os seus assessores, pressionados por sua vez pela ala direita democrata, pela maioria do Partido Republicano, pelo Pentágono e pelas poderosas agências de Inteligência, estão a adverti-lo acerca das incontroláveis consequências que uma acção desse tipo poderia implicar para a sua brilhante Presidência.
Apesar disso, no entorno mais próximo de Obama, há quem considere que este conseguiria consolidar a sua imagem de presidente de novo tipo e ganhar mais autoridade perante o mundo inteiro, e especialmente perante os países muçulmanos, se demonstrasse com factos concretos que os aberrantes crimes cometidos sob o guarda-chuva da “guerra contra o terrorismo” durante oito anos não ficam impunes.
Para isso pretender-se-ia procurar bodes expiatórios, limitando a acção judicial contra um número muito limitado de funcionários, contra aqueles cujas assinaturas aparecem no fim dos principais memorandos secretos elaborados entre 2002 e 2005, nos quais proporcionaram a sustentação legal e as argumentações para justificar o que nunca se deveria ter justificado: a utilização da tortura sistemática com os prisioneiros (sob o eufemismo de “interrogatórios coercitivos” ou “métodos extremos”).
Essa mesma equipa de advogados do Departamento de Justiça, do Pentágono e dos serviços de Inteligência, é a que, pouco depois do 11-S, propôs também rocambolescos mecanismos legais para poder “blindar” perante os tribunais federais e os tribunais internacionais, tanto o torcionário “de base” da CIA ou da Inteligência militar, como até o próprio comandante em chefe das forças armadas, George W.Bush, oficializando a total impunidade dos seus delitos.
Essa equipa, que se autodenominava “Comité de Guerra”, era composta fundamentalmente por David Addington, ex-conselheiro de Dick Cheney; o subsecretário da Defesa, Douglas Feith; Jay S. Bybee e John Yoo, assistentes do procurador do Estado; Steven G. Bradbury, chefe da Assessoria Legal do Departamento de Justiça; e William J. Haynes II, conselheiro-geral do Departamento de Defesa.
Vários destes assessores aparecem também na lista daqueles a quem o juiz Baltasar Garzón pretende processar pela sua responsabilidade nesse campo de concentração do século XXI que tem sido Guantánamo desde Janeiro de 2002, acção com a qual não está de acorda a Procuradoria da Audiência Nacional.
No entanto, a possibilidade de limitar a acção judicial a esse “Comité de Guerra” seria muito difícil, na medida que o próprio relatório de mais de 200 páginas [3] que uma comissão do Senado deu a conhecer na quarta-feira, bem como as investigações internas realizadas pelo Exército por causa do escândalo de Abu Ghraib de 2004, não deixam dúvidas de que os responsáveis últimos eram aqueles que dirigiam a Casa Branca, o Pentágono, o Departamento de Justiça e a CIA.
Resta ver como se desenvencilha agora Obama para sair dessas águas pantanosas em que se meteu, sem que fique demasiado em evidência que recua e deixa tudo como está, com a impunidade assegurada.
http://infoalternativa.org/spip.php?article819
Entre essas personagens estão nada menos que Donald Rumsfeld, então chefe máximo do Pentágono; John Ashcroft, procurador-geral do Estado; Alberto Gonzales, primeiro na sua qualidade de conselheiro chave do Departamento de Justiça e depois como sucessor de Ashcroft; os chefes da CIA, primeiro George Tenet e depois Michael Hayden; Condoleezza Rice [1], primeiro conselheira de Segurança Nacional e posteriormente secretária de Estado, e o influente vice-presidente Dick Cheney.
Essa lista não estaria completa, indubitavelmente, se nela não figurasse a sua grande estrela, o 43º inquilino da Casa Branca, o mesmíssimo George W. Bush.
Referia-se por acaso Obama a eles quando, forçado pela esquerda democrata e pelas organizações defensoras dos direitos civis e dos direitos humanos, disse há dias que não se descartava a perseguição dos responsáveis [2] de terem legitimado a tortura?
Não parece que tenha querido chegar tão longe: nunca um presidente estadunidense fez algo semelhante com o seu predecessor. Os seus assessores, pressionados por sua vez pela ala direita democrata, pela maioria do Partido Republicano, pelo Pentágono e pelas poderosas agências de Inteligência, estão a adverti-lo acerca das incontroláveis consequências que uma acção desse tipo poderia implicar para a sua brilhante Presidência.
Apesar disso, no entorno mais próximo de Obama, há quem considere que este conseguiria consolidar a sua imagem de presidente de novo tipo e ganhar mais autoridade perante o mundo inteiro, e especialmente perante os países muçulmanos, se demonstrasse com factos concretos que os aberrantes crimes cometidos sob o guarda-chuva da “guerra contra o terrorismo” durante oito anos não ficam impunes.
Para isso pretender-se-ia procurar bodes expiatórios, limitando a acção judicial contra um número muito limitado de funcionários, contra aqueles cujas assinaturas aparecem no fim dos principais memorandos secretos elaborados entre 2002 e 2005, nos quais proporcionaram a sustentação legal e as argumentações para justificar o que nunca se deveria ter justificado: a utilização da tortura sistemática com os prisioneiros (sob o eufemismo de “interrogatórios coercitivos” ou “métodos extremos”).
Essa mesma equipa de advogados do Departamento de Justiça, do Pentágono e dos serviços de Inteligência, é a que, pouco depois do 11-S, propôs também rocambolescos mecanismos legais para poder “blindar” perante os tribunais federais e os tribunais internacionais, tanto o torcionário “de base” da CIA ou da Inteligência militar, como até o próprio comandante em chefe das forças armadas, George W.Bush, oficializando a total impunidade dos seus delitos.
Essa equipa, que se autodenominava “Comité de Guerra”, era composta fundamentalmente por David Addington, ex-conselheiro de Dick Cheney; o subsecretário da Defesa, Douglas Feith; Jay S. Bybee e John Yoo, assistentes do procurador do Estado; Steven G. Bradbury, chefe da Assessoria Legal do Departamento de Justiça; e William J. Haynes II, conselheiro-geral do Departamento de Defesa.
Vários destes assessores aparecem também na lista daqueles a quem o juiz Baltasar Garzón pretende processar pela sua responsabilidade nesse campo de concentração do século XXI que tem sido Guantánamo desde Janeiro de 2002, acção com a qual não está de acorda a Procuradoria da Audiência Nacional.
No entanto, a possibilidade de limitar a acção judicial a esse “Comité de Guerra” seria muito difícil, na medida que o próprio relatório de mais de 200 páginas [3] que uma comissão do Senado deu a conhecer na quarta-feira, bem como as investigações internas realizadas pelo Exército por causa do escândalo de Abu Ghraib de 2004, não deixam dúvidas de que os responsáveis últimos eram aqueles que dirigiam a Casa Branca, o Pentágono, o Departamento de Justiça e a CIA.
Resta ver como se desenvencilha agora Obama para sair dessas águas pantanosas em que se meteu, sem que fique demasiado em evidência que recua e deixa tudo como está, com a impunidade assegurada.
http://infoalternativa.org/spip.php?article819
A armadilha afegã de Obama
Na segunda-feira à noite, o Presidente Barack Obama deu a sua primeira conferência de imprensa no horário nobre. Quando questionado sobre o Afeganistão, respondeu: «Este vai ser um grande desafio». Também foi questionado sobre se alteraria a política do Pentágono que proíbe filmar e fotografar os caixões envoltos na bandeira dos soldados mortos no Iraque e no Afeganistão. Disse que estava a revê-la. O jornalista que formulou a pergunta assinalou que foi Joe Biden quem, há vários anos, acusou o governo de Bush de suprimir as imagens para evitar a comoção pública pelas mortes de membros do serviço militar estadunidense. O agora vice-presidente Joe Biden prevê que um aumento de tropas estadunidenses no Afeganistão significará mais baixas estadunidenses: «Detesto dizê-lo, mas sim, creio haverá. Haverá um aumento».
Entretanto, a Associated Press citou recentemente um relatório classificado elaborado pela Junta de Chefes do Estado-Maior, recomendando uma mudança de estratégia da construção da democracia no Afeganistão para o ataque a alegados bastiões dos taliban e da al-Qaeda ao longo da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.
E a campanha claramente começou. Dias depois da sua tomada de posse, as primeiras acções militares (conhecidas) de Obama foram dois ataques com mísseis na província fronteiriça do Paquistão, segundo as informações matando 22 pessoas, incluindo mulheres e crianças.
Cherif Bassiouni passou anos entrando e saindo do Afeganistão. É professor de Direito da Universidade DePaul e antigo Relator Especial de Direitos Humanos das Nações Unidas no Afeganistão. Em 2005, foi forçado a deixar o seu cargo nas Nações Unidas sob pressão do governo de Bush, dias depois de ter emitido um relatório acusando os militares estadunidenses e contratistas privados de cometer violações dos direitos humanos. Questionei Bassiouni sobre a abordagem de Obama ao Afeganistão. Disse-me: «Não há solução militar no Afeganistão. Há uma solução de desenvolvimento económico, mas não vejo isso a caminho. (…) Neste momento, a população nada tem a ganhar ao apoiar os EUA e a NATO. Tem tudo a ganhar ao apoiar os taliban».
O contundente relatório da ONU de 2005, de Bassiouni, acusava os militares estadunidenses e os contratistas militares privados de «entrada forçada em lares, de detenção e prisão de nacionais e estrangeiros sem autoridade legal ou mandado judicial, por vezes durante longos períodos de tempo, de nudez forçada, de colocação de capuzes e de privação sensorial, de privação do sono e de alimentos, de colocação forçada de cócoras ou de pé durante longos períodos de tempo em posições incómodas, de abuso sexual, golpes, tortura e de uso da força provocando a morte».
Também coloquei a questão sobre o incremento militar ao antigo Presidente Jimmy Carter. Respondeu: «Eu discordaria de Obama tendo em conta que um incremento levaria a um bombardeamento mais intenso de povoações e de centros afegãos e uma pesada dependência dos militares. Gostaria que nos aproximássemos mais, que nos adaptássemos mais, e que negociássemos com todas as facções do Afeganistão».
Carta deverá saber. Ajudou a criar o que o seu assessor de segurança nacional, Zbigniew Brzezinski, designou «a armadilha afegã», preparada para os soviéticos. Isto foi feito apoiando os mujahedin islâmicos no final da década de 1970 contra os soviéticos no Afeganistão, criando assim o que evoluiu para os taliban. Brzezinski contou ao jornal francês Le Nouvel Observateur em 1998: «O que é mais importante para a história do mundo? Os taliban ou o colapso do império soviético? Alguns muçulmanos excitados ou a libertação da Europa Central e o fim da Guerra Fria?» Mais de 14.000 soldados soviéticos foram mortos, e o número de afegãos mortos excedeu 1 milhão. Osama bin Laden estreou-se com a ajuda da operação afegã financiada pela CIA.
Bassiouni sugere que uma solução militar está condenada ao fracasso, assinalando que os taliban «se deram conta de que não podiam derrotar as forças americanas, e por isso entraram na clandestinidade. Puseram as suas kalashnikovs debaixo dos colchões, e esperaram. Há um ano atrás, voltaram à superfície. Podem fazer o mesmo. Podem regressar às montanhas, colocar as kalashnikovs debaixo do colchão, esperar cinco anos. Têm vindo a fazer isso desde 1800 com qualquer estrangeiro e todos os invasores estrangeiros.»
Como me disse Carter: «Oferecer uma mão de amizade ou propor acordos, não apenas aos senhores da guerra,, mas até àqueles radicais dentre os taliban que estão dispostos a negociar, seria a melhor abordagem, em vez de recorrer exclusivamente a maior força militar».
Não aprendemos nada com o Iraque? «No que toca à guerra no Iraque, o tempo para promessas e garantias, para esperar e ser paciente acabou. Perderam-se demasiadas vidas e foram gastos demasiados milhões para que confiemos no presidente em outra política já testada e fracassada»: Estas foram as palavras do senador Barack Obama em Janeiro de 2007. Com a sua Junta de Chefes agora aparentemente apontando para mais combate e menos conversa no Afeganistão, é preciso recordar a Obama as suas próprias palavras.
http://infoalternativa.org/spip.php?article814
Entretanto, a Associated Press citou recentemente um relatório classificado elaborado pela Junta de Chefes do Estado-Maior, recomendando uma mudança de estratégia da construção da democracia no Afeganistão para o ataque a alegados bastiões dos taliban e da al-Qaeda ao longo da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.
E a campanha claramente começou. Dias depois da sua tomada de posse, as primeiras acções militares (conhecidas) de Obama foram dois ataques com mísseis na província fronteiriça do Paquistão, segundo as informações matando 22 pessoas, incluindo mulheres e crianças.
Cherif Bassiouni passou anos entrando e saindo do Afeganistão. É professor de Direito da Universidade DePaul e antigo Relator Especial de Direitos Humanos das Nações Unidas no Afeganistão. Em 2005, foi forçado a deixar o seu cargo nas Nações Unidas sob pressão do governo de Bush, dias depois de ter emitido um relatório acusando os militares estadunidenses e contratistas privados de cometer violações dos direitos humanos. Questionei Bassiouni sobre a abordagem de Obama ao Afeganistão. Disse-me: «Não há solução militar no Afeganistão. Há uma solução de desenvolvimento económico, mas não vejo isso a caminho. (…) Neste momento, a população nada tem a ganhar ao apoiar os EUA e a NATO. Tem tudo a ganhar ao apoiar os taliban».
O contundente relatório da ONU de 2005, de Bassiouni, acusava os militares estadunidenses e os contratistas militares privados de «entrada forçada em lares, de detenção e prisão de nacionais e estrangeiros sem autoridade legal ou mandado judicial, por vezes durante longos períodos de tempo, de nudez forçada, de colocação de capuzes e de privação sensorial, de privação do sono e de alimentos, de colocação forçada de cócoras ou de pé durante longos períodos de tempo em posições incómodas, de abuso sexual, golpes, tortura e de uso da força provocando a morte».
Também coloquei a questão sobre o incremento militar ao antigo Presidente Jimmy Carter. Respondeu: «Eu discordaria de Obama tendo em conta que um incremento levaria a um bombardeamento mais intenso de povoações e de centros afegãos e uma pesada dependência dos militares. Gostaria que nos aproximássemos mais, que nos adaptássemos mais, e que negociássemos com todas as facções do Afeganistão».
Carta deverá saber. Ajudou a criar o que o seu assessor de segurança nacional, Zbigniew Brzezinski, designou «a armadilha afegã», preparada para os soviéticos. Isto foi feito apoiando os mujahedin islâmicos no final da década de 1970 contra os soviéticos no Afeganistão, criando assim o que evoluiu para os taliban. Brzezinski contou ao jornal francês Le Nouvel Observateur em 1998: «O que é mais importante para a história do mundo? Os taliban ou o colapso do império soviético? Alguns muçulmanos excitados ou a libertação da Europa Central e o fim da Guerra Fria?» Mais de 14.000 soldados soviéticos foram mortos, e o número de afegãos mortos excedeu 1 milhão. Osama bin Laden estreou-se com a ajuda da operação afegã financiada pela CIA.
Bassiouni sugere que uma solução militar está condenada ao fracasso, assinalando que os taliban «se deram conta de que não podiam derrotar as forças americanas, e por isso entraram na clandestinidade. Puseram as suas kalashnikovs debaixo dos colchões, e esperaram. Há um ano atrás, voltaram à superfície. Podem fazer o mesmo. Podem regressar às montanhas, colocar as kalashnikovs debaixo do colchão, esperar cinco anos. Têm vindo a fazer isso desde 1800 com qualquer estrangeiro e todos os invasores estrangeiros.»
Como me disse Carter: «Oferecer uma mão de amizade ou propor acordos, não apenas aos senhores da guerra,, mas até àqueles radicais dentre os taliban que estão dispostos a negociar, seria a melhor abordagem, em vez de recorrer exclusivamente a maior força militar».
Não aprendemos nada com o Iraque? «No que toca à guerra no Iraque, o tempo para promessas e garantias, para esperar e ser paciente acabou. Perderam-se demasiadas vidas e foram gastos demasiados milhões para que confiemos no presidente em outra política já testada e fracassada»: Estas foram as palavras do senador Barack Obama em Janeiro de 2007. Com a sua Junta de Chefes agora aparentemente apontando para mais combate e menos conversa no Afeganistão, é preciso recordar a Obama as suas próprias palavras.
http://infoalternativa.org/spip.php?article814
quarta-feira, abril 29, 2009
A revolta
Compreende-se então que a revolta não pode prescindir de um estranho amor. Aqueles que não encontram descanso nem em Deus, nem na história estão condenados a viver para aqueles que, como eles, não conseguem viver: os humilhados. O corolário do movimento mais puro de então o grito dilacerante de Karamazov: se não forem todos salvos, de que serve a salvação de um só?
Albert Camus, O Homem Revoltado
Dedicado a todos os professores que cobardemente entregaram os objectivos individuais apesar de a isso não estarem obrigados. Mostraram de que fibra são feitos!
Albert Camus, O Homem Revoltado
Dedicado a todos os professores que cobardemente entregaram os objectivos individuais apesar de a isso não estarem obrigados. Mostraram de que fibra são feitos!
RESPOSTA BRILHANTE
Millôr Fernandes lançou um desafio através de uma pergunta: - Qual a diferença entre Político e Ladrão ?
Chamou muita atenção a resposta enviada por um leitor :
- Caro Millôr, após longa pesquisa cheguei a esta conclusão : a diferença entre o político e o ladrão é que um eu escolho, o outro me escolhe. Estou certo ?
Fábio Viltrakis, Santos-SP.
Eis a réplica do Millôr :
- Puxa, Viltrakis, você é um gênio... Foi o único que conseguiu achar uma diferença !
Chamou muita atenção a resposta enviada por um leitor :
- Caro Millôr, após longa pesquisa cheguei a esta conclusão : a diferença entre o político e o ladrão é que um eu escolho, o outro me escolhe. Estou certo ?
Fábio Viltrakis, Santos-SP.
Eis a réplica do Millôr :
- Puxa, Viltrakis, você é um gênio... Foi o único que conseguiu achar uma diferença !
Trabalhinho de contra-informação
O Diário de Notícias publicou no dia 25 de Abril um texto, assinado por Valentina Marcelino, prevenindo-nos contra manifestações convocadas por movimentos “anarco-libertários” para esse mesmo dia. Significativamente intitulado Polícias e secretas reforçaram a vigilância a radicais de esquerda, o escrito indica, como fontes de informação: polícias, SIS, Europol, procuradores, enfim, “as forças de segurança” do sistema.
Já sabemos, pelos livros e pela experiência, como as polícias e a contra-informação desempenham um papel essencial na defesa dos vários governos burgueses e do próprio sistema capitalista.
Neste caso, a autora do escrito tem a preocupação de nos alertar para o que chama “desacatos” praticados em 25 de Abril de 2007 por aqueles movimentos, assim como para as suas consequências repressivas, lembrando uma futura ida a tribunal de 11 dos então participantes nessa manifestação (alguns com “cadastro”, no dizer de Valentina). Não fala, claro, da brutal carga policial sobre os manifestantes.
Procura ainda estabelecer tenebrosas ligações orgânicas, de violência e financeiras, entre os “movimentos radicais de esquerda” portugueses e várias organizações “extremistas” internacionais.
O que se pretendia com o “artigo” era, efectivamente, denegrir os organizadores de uma manifestação marcada para o dia 25 de Abril, no Príncipe Real, em Lisboa, e amedrontar os eventuais participantes. É uma prática habitual das polícias e da contra-informação. No fim da leitura, ficamos sem saber se Valentina Marcelino é polícia ou jornalista!
http://www.jornalmudardevida.net/?p=1557
Já sabemos, pelos livros e pela experiência, como as polícias e a contra-informação desempenham um papel essencial na defesa dos vários governos burgueses e do próprio sistema capitalista.
Neste caso, a autora do escrito tem a preocupação de nos alertar para o que chama “desacatos” praticados em 25 de Abril de 2007 por aqueles movimentos, assim como para as suas consequências repressivas, lembrando uma futura ida a tribunal de 11 dos então participantes nessa manifestação (alguns com “cadastro”, no dizer de Valentina). Não fala, claro, da brutal carga policial sobre os manifestantes.
Procura ainda estabelecer tenebrosas ligações orgânicas, de violência e financeiras, entre os “movimentos radicais de esquerda” portugueses e várias organizações “extremistas” internacionais.
O que se pretendia com o “artigo” era, efectivamente, denegrir os organizadores de uma manifestação marcada para o dia 25 de Abril, no Príncipe Real, em Lisboa, e amedrontar os eventuais participantes. É uma prática habitual das polícias e da contra-informação. No fim da leitura, ficamos sem saber se Valentina Marcelino é polícia ou jornalista!
http://www.jornalmudardevida.net/?p=1557
A chantagem e as manobras de intimidação dos professores por parte do governo não está a ter uma resposta firme dos sindicatos.
A 6 de Fevereiro Mário Nogueira anunciava bombasticamente que 50 mil professores tinham recusado a entrega dos seus objectivos individuais, logo recusando e inviabilizando o burocrático eeconomicista sistema de avaliação do desempenho imposto pelo governo.O ministério reagiu de imediato, elevando o grau de pressão sobre as direcções das escolas, que, com cerca de uma centena de honrosas excepções, dilataram os prazos de entrega, inscrevendo os objectivos à for-ça e ameaçando castigar os "insurrectos" com "consequências" nacarreira e até processos disciplinares que nem a própria legislação previa. A chantagem surtiu de tal modo que nem o parecer jurídico encomendado pelos movimentos de professores a Garcia Pereira encorajou os resistentes, que começaram a ceder, às dezenas em cada escola, sendo que nesta rendição colectiva ao medo participaram inclusive dirigentes e delegados sindicais das duas maiores federações, FNE e FENPROF. Entretanto, a crescente apatia dos sindicatos, as debilidades dos quadros mais combativos e a falta de audácia dos movimentos fazem alastrar a desmobilização, já em plano inclinado, potenciando o desalento e desconfiança nas escolas. Consequentemente - e prova da falência completa da estratégia sindical reformista de afunilamento e"pára-arranca" - à única acção de rua convocada desde então pela plataforma sindical, a 7 de Março, compareceram somente 10 mil professores, bem longe dos 100 e dos 120 mil de 8 de Março e 8 deDezembro de 2008 convocados pela plataforma, ou até dos 20 mil mobilizados pelos movimentos em 15 de Dezembro. Aproveitando o campo deixado livre, pôde assim o ministério lançar novos e corrosivos ataques (de que avulta o novo quadro legal que precariza toda a carreira e esvazia de forma inaudita os concursos deste ano) e finalmente a 2 de Abril, o secretário de Estado Valter Lemos pôde anunciar que "75% dos docentes entregaram de facto os seus objectivos".
NOVA OFENSIVA Mas a brutal ofensiva do ministério atingiria novo patamar na primeira semana de Abril, com a demissão compulsiva de um conselho executivo democrático de um agrupamento resistente quer à"avaliação", quer ao "director" (Santo Onofre, nas Caldas da Rainha)substituindo-o por uma "comissão administrativa provisória" de pífios comissários políticos estranhos à escola, reeditando 32 anos depois o que só Cardia tinha tido a ousadia de fazer na escola Visconde Juromenha - e que lhe custou então uma vitoriosa greve de 70 dias que reintegrou quer o democrático conselho directivo demitido, quer o seu legítimo corpo docente. Mas nem este assalto deu à FENPROF e à plataforma um "rebate de consciência". Do conselho nacional da FENPROF de 2 e 3 de Abril nada mais saiu que uma nova manifestação de professores em Maio - que já nem é a unitária marcha da educação anteriormente aprovada -, uma"ampla consulta à classe sobre formas de luta" (veremos em que moldes é feita...), mais um recuado abaixo-assinado e... uma greve a pairar algures no 3º período, que substitui estrategicamente a greve às avaliações finais, tolerada e admitida há meses pelos chefes sindicais. E se esta é, mais uma vez, a trôpega solução do cabotinismo reformista (o tal "sin-dicalismo responsável"), traduzido nos recuos sucessivos que permitem à camarilha ministerial revelar a sua face fascizante nas Caldas da Rainha, tanto maiores são as responsabilidades que se colocam hoje aos quadros e activistas mais conscientes e combativos para a tarefa que urge: chamar os trabalhadores da escola pública a retomar e intensificar a luta que"renda", ou seja, que vergue de uma vez por todas este sinistro ministério e o odiado governo Sócrates.
NOVA OFENSIVA Mas a brutal ofensiva do ministério atingiria novo patamar na primeira semana de Abril, com a demissão compulsiva de um conselho executivo democrático de um agrupamento resistente quer à"avaliação", quer ao "director" (Santo Onofre, nas Caldas da Rainha)substituindo-o por uma "comissão administrativa provisória" de pífios comissários políticos estranhos à escola, reeditando 32 anos depois o que só Cardia tinha tido a ousadia de fazer na escola Visconde Juromenha - e que lhe custou então uma vitoriosa greve de 70 dias que reintegrou quer o democrático conselho directivo demitido, quer o seu legítimo corpo docente. Mas nem este assalto deu à FENPROF e à plataforma um "rebate de consciência". Do conselho nacional da FENPROF de 2 e 3 de Abril nada mais saiu que uma nova manifestação de professores em Maio - que já nem é a unitária marcha da educação anteriormente aprovada -, uma"ampla consulta à classe sobre formas de luta" (veremos em que moldes é feita...), mais um recuado abaixo-assinado e... uma greve a pairar algures no 3º período, que substitui estrategicamente a greve às avaliações finais, tolerada e admitida há meses pelos chefes sindicais. E se esta é, mais uma vez, a trôpega solução do cabotinismo reformista (o tal "sin-dicalismo responsável"), traduzido nos recuos sucessivos que permitem à camarilha ministerial revelar a sua face fascizante nas Caldas da Rainha, tanto maiores são as responsabilidades que se colocam hoje aos quadros e activistas mais conscientes e combativos para a tarefa que urge: chamar os trabalhadores da escola pública a retomar e intensificar a luta que"renda", ou seja, que vergue de uma vez por todas este sinistro ministério e o odiado governo Sócrates.
Do consenso em volta de teorias “científicas” em voga
Experimentem perguntar às pessoas vossas conhecidas (preferencialmente com formação universitária na área das ciências) se acreditam na teoria do Big-Bang (da formação do Universo). Às mesmas pessoas, perguntem depois, se acreditam na existência de antimatéria e de energia negra. Maioritariamente (falo por experiência própria) responder-vos-ão sim, à primeira questão e não, à segunda.A teoria do Big Bang defendida por reputados astrónomos afirma que (pelo menos) 74% do Universo é composto por energia negra e 22% por antimatéria (ou matéria negra).
http://terrasdelisboa.blogspot.com/
http://terrasdelisboa.blogspot.com/
Inspecção-Geral de Educação acusada de incentivar "comportamentos denunciantes"
Vários meses depois de a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, ter sido recebida com ovos, a Inspecção-Geral de Educação (IGE) foi ouvir os estudantes, maiores de 16 anos, da Escola Secundária de Fafe. A Associação de Pais contesta o método de interrogatório que, diz, incentiva a um "comportamento denunciante" e "é absolutamente inconcebível depois do 25 de Abril".
Os pais já enviaram cartas ao procurador-geral da República, ao provedor de Justiça e aos grupos parlamentares. A IGE assegura, através de ofício, que nada de ilegal ocorreu.
O protesto que deu origem às averiguações da IGE ocorreu em Novembro. Maria de Lurdes Rodrigues dirigia-se a um edifício próximo da Escola Secundária de Fafe, para participar numa sessão de entrega de diplomas do programa Novas Oportunidades, quando cerca de 200 alunos se aproximaram, vaiando a ministra e arremessando ovos contra as viaturas oficiais. A ministra nem chegou a sair do automóvel e a manifestação não durou muito, ao contrário das consequências, que se prolongaram no tempo.
O conselho executivo da escola, os pais e as associações sindicais vieram a terreiro criticar a forma como os estudantes protestaram contra o estatuto do aluno. Mas nem assim os ânimos serenaram. Vinte quatro horas depois, em Baião, miúdos armados com ovos esperaram por um governante que não apareceu. E, dias mais tarde, era a vez de os secretários de Estado Jorge Pedreira e Valter Lemos serem alvejados com ovos e tomates, em Lisboa, ao que reagiram dizendo não acreditar que as manifestações fossem espontâneas.
“As perguntas feitas aos alunos permitem-nos deduzir que é isso que pretenderão provar — que eles foram manipulados, nomeadamente pelos professores”, comentou ontem, em declarações ao PÚBLICO, Paulo Nogueira Pinto, ele próprio docente (noutra escola) e pai de uma das alunas interrogadas pelo inspector da DGE. “Como é que souberam que a ministra vinha a Fafe? Quem é que se lembrou de fazer a manifestação? Os professores deram aulas? Marcaram faltas a quem não esteve na sala? Como é que os alunos saíram da escola? Estava algum funcionário à porta?”, desfia Nogueira Pinto, exemplificando perguntas a que a sua filha, aluna do 10.º ano, teve de responder.
Segundo diz, ela foi escolhida “de forma mais ou menos aleatória”. Estava a terminar uma aula de Educação Física quando o inspector pediu ao professor que lhe indicasse alunos com 16 anos ou mais. “Ela fazia parte do grupo e, como já tinha acabado os exercícios, foi indicada ”, explicou.
Nogueira Pinto diz não duvidar da veracidade do esclarecimento da DGE que, em resposta à sua reclamação, informa que o interrogatório foi legal na medida em que foi feito a jovens maiores de 16 anos, imputáveis para fins penais. Insiste, no entanto, que, “do ponto de vista ético, o método é profundamente incorrecto”.
Aquele pai contesta o facto de a aluna, de 16 anos, ter sido levada para uma sala que não conhecia para ser interrogada durante cerca de uma hora, e também o facto de, na sua perspectiva, ter sido “incitada a acusar e denunciar pessoas, nomeadamente os seus professores, pelos quais se espera que tenha respeito como figuras de autoridade”. “No fim, fizeram-na assinar uma folha com a suposta transcrição das suas declarações, feitas por uma pessoa que a DGE identifica como sendo o secretário do inspector”, relatou.
O presidente da associação de pais, Manuel Oliveira Gonçalves, diz que mal foi alertado para o que estava a acontecer, durante o mês de Março, se dirigiu ao conselho executivo, que disse desconhecer como estavam a ser escolhidos os alunos e como decorriam as audições. E que, por isso, auscultou alguns dos estudantes ouvidos, cujos relatos coincidiam com o da filha de Nogueira Pinto.
“Assim como criticámos os alunos pela forma como se manifestaram, agora questionamos a legalidade e a legitimidade de um interrogatório deste tipo”, afirmou ontem Manuel Gonçalves. Não se considera “satisfeito com o esclarecimento” dado a Nogueira Pinto. “Por um lado, custa-me a crer que seja legal. Mas, ainda que assim fosse, não é legítimo. Eu nem queria acreditar que isto estava acontecer, tantos anos depois do 25 de Abril”, comentou.
O PÚBLICO contactou o vice-presidente do conselho executivo da escola, Rui Fonseca, que, dando conta da ausência do presidente, não quis comentar o assunto, alegando desconhecer pormenores. Também o Ministério da Educação, através do assessor de imprensa, Rui Nunes, se escusou a prestar qualquer esclarecimento.
Do Público
Os pais já enviaram cartas ao procurador-geral da República, ao provedor de Justiça e aos grupos parlamentares. A IGE assegura, através de ofício, que nada de ilegal ocorreu.
O protesto que deu origem às averiguações da IGE ocorreu em Novembro. Maria de Lurdes Rodrigues dirigia-se a um edifício próximo da Escola Secundária de Fafe, para participar numa sessão de entrega de diplomas do programa Novas Oportunidades, quando cerca de 200 alunos se aproximaram, vaiando a ministra e arremessando ovos contra as viaturas oficiais. A ministra nem chegou a sair do automóvel e a manifestação não durou muito, ao contrário das consequências, que se prolongaram no tempo.
O conselho executivo da escola, os pais e as associações sindicais vieram a terreiro criticar a forma como os estudantes protestaram contra o estatuto do aluno. Mas nem assim os ânimos serenaram. Vinte quatro horas depois, em Baião, miúdos armados com ovos esperaram por um governante que não apareceu. E, dias mais tarde, era a vez de os secretários de Estado Jorge Pedreira e Valter Lemos serem alvejados com ovos e tomates, em Lisboa, ao que reagiram dizendo não acreditar que as manifestações fossem espontâneas.
“As perguntas feitas aos alunos permitem-nos deduzir que é isso que pretenderão provar — que eles foram manipulados, nomeadamente pelos professores”, comentou ontem, em declarações ao PÚBLICO, Paulo Nogueira Pinto, ele próprio docente (noutra escola) e pai de uma das alunas interrogadas pelo inspector da DGE. “Como é que souberam que a ministra vinha a Fafe? Quem é que se lembrou de fazer a manifestação? Os professores deram aulas? Marcaram faltas a quem não esteve na sala? Como é que os alunos saíram da escola? Estava algum funcionário à porta?”, desfia Nogueira Pinto, exemplificando perguntas a que a sua filha, aluna do 10.º ano, teve de responder.
Segundo diz, ela foi escolhida “de forma mais ou menos aleatória”. Estava a terminar uma aula de Educação Física quando o inspector pediu ao professor que lhe indicasse alunos com 16 anos ou mais. “Ela fazia parte do grupo e, como já tinha acabado os exercícios, foi indicada ”, explicou.
Nogueira Pinto diz não duvidar da veracidade do esclarecimento da DGE que, em resposta à sua reclamação, informa que o interrogatório foi legal na medida em que foi feito a jovens maiores de 16 anos, imputáveis para fins penais. Insiste, no entanto, que, “do ponto de vista ético, o método é profundamente incorrecto”.
Aquele pai contesta o facto de a aluna, de 16 anos, ter sido levada para uma sala que não conhecia para ser interrogada durante cerca de uma hora, e também o facto de, na sua perspectiva, ter sido “incitada a acusar e denunciar pessoas, nomeadamente os seus professores, pelos quais se espera que tenha respeito como figuras de autoridade”. “No fim, fizeram-na assinar uma folha com a suposta transcrição das suas declarações, feitas por uma pessoa que a DGE identifica como sendo o secretário do inspector”, relatou.
O presidente da associação de pais, Manuel Oliveira Gonçalves, diz que mal foi alertado para o que estava a acontecer, durante o mês de Março, se dirigiu ao conselho executivo, que disse desconhecer como estavam a ser escolhidos os alunos e como decorriam as audições. E que, por isso, auscultou alguns dos estudantes ouvidos, cujos relatos coincidiam com o da filha de Nogueira Pinto.
“Assim como criticámos os alunos pela forma como se manifestaram, agora questionamos a legalidade e a legitimidade de um interrogatório deste tipo”, afirmou ontem Manuel Gonçalves. Não se considera “satisfeito com o esclarecimento” dado a Nogueira Pinto. “Por um lado, custa-me a crer que seja legal. Mas, ainda que assim fosse, não é legítimo. Eu nem queria acreditar que isto estava acontecer, tantos anos depois do 25 de Abril”, comentou.
O PÚBLICO contactou o vice-presidente do conselho executivo da escola, Rui Fonseca, que, dando conta da ausência do presidente, não quis comentar o assunto, alegando desconhecer pormenores. Também o Ministério da Educação, através do assessor de imprensa, Rui Nunes, se escusou a prestar qualquer esclarecimento.
Do Público
UMA NOVA REVOLUÇÃO?
Queriam uma «nova revolução dos cravos», um novo «25 de Abril»...
Quantas vezes se ouve isto, misto de queixume, de «alistamento metafórico», pois é em direcção ao passado, não ao presente e ao futuro, que se dirige...
Será que é preciso alistamento, recrutamento? Mesmo metafórico? Será que isso é uma «revolução» ou será outro golpe de estado? Será que as pessoas de esquerda vão de uma vez por todas analisar friamente (e pôr-se em causa) o que foi a origem, o desenrolar e o epílogo (que estamos a viver) da chamada «revolução de Abril»???
Afinal de contas, há uma esquerda (quase toda) que é parte do problema porque teima em não ver, não ouvir, não falar:
ela teima em cantar os estribilhos, a «pensar» com frases feitas, com slogans, em vez de ser crítica... o que significaria auto-crítica, pois ela teve o poder ou pelo menos fatias não desprezíveis do poder, e ainda tem: se não o vê, é porque não lhe convêm! Será necessário ser-se um Ramalho Eanes para se proclamar o óbvio (e daí tirar as devidas consequências???):
«o portugueses têm o governo que merecem, os partidos que merecem, as instituições que merecem»
Eu acrescentaria que esta construção é a obra visível da «esquerda», ela (elas, se preferirem) nunca se pôs em causa.
Atentem no episódio vergonhoso do 25 de Abril de há dois anos (Repressão de manif libertária na rua do Carmo*). Pensem como o estado está a lidar com as vítimas de uma repressão brutal e injustificada!!!
Não haverá desculpas, quando for a hora da verdadeira revolução. Nós aprendemos com os erros.
http://cravadonocarmo.wordpress.com
Quantas vezes se ouve isto, misto de queixume, de «alistamento metafórico», pois é em direcção ao passado, não ao presente e ao futuro, que se dirige...
Será que é preciso alistamento, recrutamento? Mesmo metafórico? Será que isso é uma «revolução» ou será outro golpe de estado? Será que as pessoas de esquerda vão de uma vez por todas analisar friamente (e pôr-se em causa) o que foi a origem, o desenrolar e o epílogo (que estamos a viver) da chamada «revolução de Abril»???
Afinal de contas, há uma esquerda (quase toda) que é parte do problema porque teima em não ver, não ouvir, não falar:
ela teima em cantar os estribilhos, a «pensar» com frases feitas, com slogans, em vez de ser crítica... o que significaria auto-crítica, pois ela teve o poder ou pelo menos fatias não desprezíveis do poder, e ainda tem: se não o vê, é porque não lhe convêm! Será necessário ser-se um Ramalho Eanes para se proclamar o óbvio (e daí tirar as devidas consequências???):
«o portugueses têm o governo que merecem, os partidos que merecem, as instituições que merecem»
Eu acrescentaria que esta construção é a obra visível da «esquerda», ela (elas, se preferirem) nunca se pôs em causa.
Atentem no episódio vergonhoso do 25 de Abril de há dois anos (Repressão de manif libertária na rua do Carmo*). Pensem como o estado está a lidar com as vítimas de uma repressão brutal e injustificada!!!
Não haverá desculpas, quando for a hora da verdadeira revolução. Nós aprendemos com os erros.
http://cravadonocarmo.wordpress.com
'Gripe suína' é termo ofensivo para judeus e muçulmanos
Um membro do governo israelita pediu ao jornalistas e ao público deixarem de se referir à 'gripe suína', passando a utilizar o termo 'gripe mexicana'. O vice-ministro da Saúde lembra que o porco é um animal mal amado por judeus e muçulmanos
Comentário: No entanto, esse mesmo termo também pode ser considerado ofensivo, desta vez pelos mexicanos...certo?
Comentário: No entanto, esse mesmo termo também pode ser considerado ofensivo, desta vez pelos mexicanos...certo?
Tempo de Antena PS
O PS utilizou sem autorização imagens de alunos do primeiro ciclo do Agrupamento de Escolas de Castelo de Vide.
O pedido de autorização para as filmagens foi feito pelo ministério da Educação, mas as imagens acabaram por ser usadas no tempo de antena socialista.
O melhor amigo do Sócrates é o Magalhães.
http://biscoitointerrompido.blogspot.com/
Subscrever:
Mensagens (Atom)